Ciência do Conhecimento

Metas da Ciência - Por Vai Ali

14/06/2017

“Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador.”

O Conhecimento é uma parte daquilo que o ser humano consegue extrair de sua mente. Será mesmo apenas isto?

Nós usamos a totalidade de nosso cérebro. O que dá a percepção de que usamos apenas 10% – uma falácia, já desmentida – é que o nosso cérebro não funciona com todas as suas capacidades ao mesmo tempo.

O fato é que existem setores, eu diria até complexos circuitos, que operam sem a nossa consciência, mas que produzem o conhecimento que não sabemos que dele vamos usufruir. O aprendizado é em boa parte inconsciente. E muito do que aprendemos inconscientemente, ligamos depois no automático.

Ciência é aquilo que é sistematizado conscientemente do que passamos a conhecer.

Depois que criamos uma linguagem, ou uma língua para nossa expressão, aparece os gramáticos para organiza-la. Porque não apareceram antes e ensinaram a língua? Porque não havia língua. Ela foi criada enquanto andávamos a procura de gestos e mais, de expressões.

É o caminhar que cria a estrada e não o contrário.

“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.” ― Santo Agostinho

A outorga da subtração consciente do conhecimento de qualquer fato importante em nossas vidas, nos provoca a indignação. E desta a coragem, para mudar os fatos.

A ciência é filha do conhecimento. Este conhecimento que nasce da indignação.

Se os leões fossem sujeitos de sua História, muitos humanos seriam ridicularizados em seus empreendimentos.

Somos por natureza condenados ao conhecimento. E elegemos a ciência, ao menos por enquanto, como caminho para levantar a outorga da ignorância.

Para Thomas Kuhn uma disciplina ingressa na fase científica com a aquisição de um paradigma.

“Paradigmas são as realizações cientificas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência” (Kuhn, 1991, p.13).

Para Arsitóteles tudo que se move tem de ter uma causa para este movimento. Ou seja, algo ou alguém tem de estar movendo-o mesmo que seja o próprio movente. Como por exemplo, o animal que pode mover-se e, portanto ser sua própria causa.

Galileu definiu a Inércia, e ai aparece o movimento sem o agente. Ou seja, se algo colocou aquele corpo em movimento, não é mais necessário que sempre haja algo naturalmente agindo para que o movimento se perpetue.

Percebe-se que são paradigmas diferentes. E são antagônicos. Ou se tem uma causa perene para que o movimento ocorra, ou se padece de Inércia e assim, pode haver movimento sem que a causa se perpetue.

Podemos dizer que quando um paradigma é substituído por outro estamos na vigência da revolução científica.

É perceptível para alguns olhares de maior acuidade que iniciamos uma transição e esta aponta para a reconstrução da sociedade. O paradigma é a cidadania. O conceito de cidadania legitima – porque é estabelecido em Leis, ou na tentativa de coloca-las nas Cartas Magnas  – que assim define a justiça, a equidade, isonomia, autonomia, que por sua vez dá voz a interlocução entre áreas diversas. Então o Ser Humano se reconhece como sujeito histórico a que servem o conhecimento, o desenvolvimento e a ciência. Pretende-se Nova Ordem Social.

Referência.

“Não podemos pensar em crescimento no sentido econômico – infinito e linear – em um mundo de recursos finitos. A solução seria um desenvolvimento qualitativo que respeitasse a vida e a não-linearidade dos processos na natureza. Segundo ele, “o que é sustentável em uma sociedade sustentável não é o crescimento econômico ou fatias de mercado, mas é a rede da vida, da qual a nossa vida depende.” Fritjof Capra

Vivemos então um arremedo de quebra de paradigma. Desta forma uma Revolução não apenas Científica, mas de consciência que deve vir a ser planetária.

A Ciência Moderna, que quase se inicia com Descartes, centraliza a mente como estrutura modal, e desta forma, o ser humano como observador em separado dos objetos, incluso o corpo. Fundamenta-se no dualismo mente-matéria.

O famoso silogismo manco “Penso, logo existo”, é uma anti-filosofia, porque o domínio da mente, que por sua vez infere, coordena, observa aquilo que jaz em separado dela, a tal ponto pode-se crer que, se não pensa não existe. Assim, qualquer fenômeno somente existe sob a observação do homem, observador privilegiado.

Esta filosofia é a ante-tese do atual paradigma, que prepara o ser humano, para ser UM com a natureza, vendo nesta a pulsação da existência e sempre em sintonia entre todos os seres, na forma de vibrações e planos de existência, onde persiste uma causa que também é humana e para além disto. Estamos conectados.

Em termos místicos, onde o atual paradigma foi buscar fundamentos, até o inanimado, que tangencia a vida, está com ela em elos de convivência, não subtraindo dele uma consciência primeva.

Pode uma partícula “obedecer” um comando mental de um observador? Tememos que sim. Mas ainda é hipótese.  E a água que parece guardar as emanações de seu derredor? Ainda que nenhuma prova científica tenhamos disto, é certo.

Mas o que o novo paradigma defende sem ousar muito é a interdependência do todo entre si em um cosmo extenso.

Isto parece, a princípio, as forças de campo que agem à distância. E isto se confunde com a influência dos astros na vida aqui na Terra. Outra tese jamais comprovada.

Teoria Bootstrap

De acordo com esta teoria “bootstrap”, a natureza não pode ser reduzida a entidades fundamentais semelhantes aos “blocos básicos de construção da matéria”, mas deve ser entendida como “padrões de inter-relacionamentos”. As coisas existem em virtude de suas relações mutuamente consistentes, e toda a física desenvolve-se de maneira exclusiva a partir da exigência de os seus componentes serem coerente entre si e consigo mesmo.

A “filosofia” desta teoria “Bootstrap” não só abandona a ideia de blocos elementares de construção da matéria, tanto quanto sequer admite alguma entidade fundamental. O universo é concebido como uma “rede ou teia” dinâmica de eventos inter-relacionados. Nenhuma das propriedades de qualquer parte dessa rede ou teia é mais fundamental do que as demais e todas decorrem das propriedades também das outras partes. A consistência global de suas inter-relações determina a estrutura de toda a rede ou teia. / (Porém é aceita por uma minoria de físicos.)

Referência.

Assim  finalizo, deixando a conclusão do artigo para cada leitor.

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