Dia da mulher mas qual delas?

Dia da mulher - filme as sufragistas

Representatividade - Por Caroline Ferreira

06/03/2020

Nesse domingo, 08, é lembrado como o dia da mulher. A data é lembrada como “um dia especial para uma pessoa mais que especial”, uma “dia da mulher deve ser todos os dias” e muitas outras frases clichês.

Há controvérsias sobre a origem da data, que já foi comemorada em diversos dias. A primeira delas, em 20 de fevereiro de 1909, foi pautada em torno de manifestações que pediam o direito ao voto feminino. Porém, a data oficial comemorada hoje, é lembrada por uma luta de direitos de todos. Em 08 de março de 1917, mulheres saíram as ruas na Rússia, ainda Imperial, para pedir melhores condições de trabalho e vida no país. A manifestação foi tão intensa que na história é tida como a Revolução Russa.

Revolução Russa dia da Mulher

O pedido se tornou tão legítimo, que os operários se juntaram às mulheres a fim de solucionar as desigualdades presentes na antiga Rússia. Porém só depois de 60 anos que a data foi estabelecida pelas Nações Unidas como data internacional.

Basicamente o dia é tido como uma lembrança pelo o direito a voto feminino e pela igualdade dos direitos da mulher, frente aos direitos dos homens. Seja no mercado de trabalho, como cidadão e como um todo. No entanto após 60 anos de oficializada a data, aparentemente o cenário da mulher vista em sociedade ainda não mudou muito.

Conquistamos espaços que antes não eram nossos, como posições de liderança no mercado de trabalho, na sociedade civil e em diversos âmbitos. Mas o que ainda está em deficiência e, cresce a cada dia, é a visão da mulher na sociedade que ainda é tida como alguém frágil e vulnerável.

Direitos para quem?

Hoje em dia, uma mulher pode votar como qualquer outro cidadão acima dos 16 anos, porém as desigualdades ainda estão presentes no seu dia a dia. No trabalho, por exemplo, uma mulher recebe um salário de em média, 20% menor que o salário dos homens, se comparada ao mesmo cargo e grau de formação, de acordo com dados do IBGE

A diferença ainda continua: nos trabalhos domésticos, as mulheres gastam em 21,3 horas com os afazeres de casa o que para os homens é menos da metade, cerca de 10,9 horas. Se formos relacionar o total de horas semanais, os homens tem cerca de dez horas livres a mais na semana, se retirarmos as 44 horas semanais de trabalho.

O dia da mulher “que pediu”

As diferenças não se bastam no ambiente profissional. ao chegar em casa, muitas mulheres enfrentam problemas dentro de casa. De acordo com o relógio da violência, iniciativa da Lei Maria da Penha, a cada dois segundos uma mulher é agredida verbal ou fisicamente. 

Ainda muitas vezes, a mulher ainda é levada a pensar que as suas atitudes levam ao desrespeito. Ainda de acordo com o Relógio da Violência, uma mulher é assediada na rua ou em algum outro local fechado, como o trabalho, por exemplo, em cerca de um minuto e meio. 

 

A luta ainda continua

São muitas as lutas que nós mulheres enfrentamos no dia a dia, mas o que mais nos oprime e nos leva a questionar são as ações que a sociedade instiga a serem cometidas nos levam a pensar se o dia da mulher é apenas mais um dia comemorativo no calendário.

A gente já escreveu aqui a importância das mulheres se unirem e se apoiarem em um post sobre sororidade, e explicou que definitivamente “a união faz a força”. Mas, o que ainda falta é a mudança de pensamento geral que pode fazer com que o dia da mulher realmente não seja apenas um dia, mas o ano todo.

Por isso, nesse dia da mulher ao invés de prestar homenagens e entregar presentes, bombons, que esse gesto seja transformado em respeito, igualdade e ações para que haja o fim da violência contra a mulher, simplesmente por ela ser mulher.

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