Obesidade e saúde pública

Pesquisas em Saúde - Por Vai Ali

16/10/2017

Existe atualmente uma característica no país: evoluímos da subnutrição para o excesso de peso. O que não é necessariamente bom, principalmente se considerarmos que o sobre peso pode ser chegar a obesidade. Nem todos os que estão com sobre peso estarão no caminho da obesidade, visto que esta já é uma doença.

Como calcular o sobre peso ou o “Excesso de Peso”?

O Índice de Massa Corporal, IMC, além de classificar o indivíduo com relação ao peso, também é um indicador de risco para a saúde e tem relação com várias complicações metabólicas.

IMC = Peso(Kg)/Altura(m)2

Considera-se excesso de peso = IMC igual ou maior que 25 kg/m2

Considera-se obesidade = IMC igual ou maior que 30 kg/m2

Excesso de Peso

O excesso de peso cresceu 26,3% em dez anos, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016, com prevalência maior no sexo masculino.

Obesidade

Vamos começar com dados do Ministério da Saúde:

A obesidade cresceu 60% em dez anos:

Era 11,6% da população e foi para 18,9% em 2016. A frequência é a mesma para os dois sexos.

A prevalência da Obesidade duplica a partir de 25 anos de idade.

A Obesidade é maior quando se considera os que tem menor nível de escolaridade.

A Capital Rio Branco no Estado do Acre tem a maior prevalência de sobre peso 60,6%.

A capital Palmas no Estado do Tocantins, tem a menor, 47,7%.

Então, em resumo:

Os indicadores Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período.

A cada cinco brasileiros, um está obeso. Mais da metade da população está acima do peso.

Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com base em entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos de todas as capitais brasileiras.

Especialistas consideram que, o aumento de peso dos brasileiros, pode ser debitados à fatores econômicos e culturais, mas também genéticos e hormonais.

“A cada dia que passa, não importa o país em que vivemos, todos temos uma dieta parecida – rica em calorias e pobre em nutrientes” (Professor Tim Breton, citado pela BBC Brasil)

Para Cláudio Mottin (PUCRS), a tendência de aumento da obesidade já vinha sendo verificada antes das pesquisas mencionadas.

De quarenta anos para cá com pouco tempo para comer, as pessoas deixaram de fazer as refeições em casa e passaram a optar por comidas mais rápidas e mais calóricas.

A Pesquisa da Vigitel ainda observa que consumo regular de feijão, considerado um alimento básico na dieta do brasileiro, diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. E apenas um entre três adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana. E isto não é por fatores econômicos, e sim por mudança de dieta.

O aumento da obesidade coincide com um período de crescimento do poder de compra dos brasileiros, incentivado por políticas econômicas e programas de distribuição de renda.

Em pesquisa do instituto Data Popular, a renda da classe média, que representa 56% da população, cresceu 71% entre 2005 e 2015, sendo que a renda dos 25% mais pobres foi a que mais aumentou. As classes mais baixas passaram a ter acesso a produtos antes restritos aos economicamente mais bem assistidos do passado. Ao se inserir no mercado de trabalho, o brasileiro acaba incorporando hábitos menos saudáveis.

A Genética

A questão genética também cumpre um papel relevante para o aumento da população obesa. O organismo de nossos antepassados não estava adaptado para a fartura logo passaram a nossa genética de retenção de calorias, por medo da escassez, um fator de adaptação.

Em tempos de escassez de alimentos, quem tinha mais condições de defesa corporal eram as pessoas mais gordinhas, maior armazenamento de energia. Sem contar que historicamente, as pessoas mais magras, ou magrinhas, eram vistas como sem saúde.

Endocrinologistas atribuem a baixa qualidade do sono como um dos fatores para o aumento da obesidade. Segundo eles, a sociedade acelerada e conectada faz com que as pessoas não tenham horário para dormir, ou que usufruam de uma noite adequada de sono.

A serotonina é um hormônio do humor, se transforma durante o sono em melatonina, esta responsável pelo sono reparador, durante o sono. Neste estágio do sono (reparador) as células fazem a mobilização das gorduras adequadamente. Se por stress o indivíduo não chega a este estágio de sono, gera-se um desequilíbrio hormonal e este reduz a capacidade do corpo de produzir glicose. A pessoa acorda mais cansada e sente necessidade de consumir alimentos mais energéticos.

O aumento da obesidade em solo nacional é um dos fatores que colabora com a prevalência de diabetes, hipertensão, maior número de infartos e até maior número de casos de câncer.

Este é um pequeno resumo de um problema de saúde pública no nosso país. Além do conhecimento do fato, fica aqui as referências para que se possa estender o estudo caso seja do interesse.

Em termos de Prova do ENEM, é bastante razoável que o tema seja levado em consideração.

 

 

REFERÊNCIAS:

exame.abril.com.br

scielo.br

inca.gov.br

g1.globo.com

rmmg.org

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