Olhos e Ouvidos do Oculto que jaz revelado

Metas da Ciência - Por Vai Ali

17/04/2017

Acho que os ser humano é voyeur.  Mas, “Voyeur” é uma palavra com origem francesa que descreve uma pessoa que obtém prazer ao observar atos sexuais ou práticas íntimas de outras pessoas. Certo? Então a busca do prazer no ato libidinoso alheio, seria a maior fantasia de ver sem ser visto, e poder observar as nuances, como se de repente estivesse ajuizando uma causa. O Sentido maior é o conhecimento, o deleite, a oportunidade, de fato a curiosidade. É como se o duramente humano fosse algo opcionalmente animal. Quando as pessoas estão desarmadas do convívio social, nós as veremos em natura. O voyeurismo ganha aqui um significado, ao menos para mim, como a confidencialidade  exposta a meu juízo exclusivo. Sem me meter em teorias da psicologia, eu interpreto isto como má conduta humana (os psicólogos advertem que seria uma má conduta sexual) e desvio de personalidade.

Porém, eu não entendo nada de psicologia para defender teses. Eu tomei emprestado o tema, porque hoje em dia somos devassados e auto-devassados. Sim porque boa parte do material a nosso respeito como fotos, detalhes da vida, opiniões, namoros, jantares, viagens, etc, nós mesmos expomos em nossas Linhas de Tempo nas redes sociais. Parece até que vivemos fazendo propaganda de nossos "eus". Desconfio que algumas pessoas requerem a visão dos Voyeurs para deleite de ambos. Com certeza, Narciso ai clama por visões menos puras e mais informativas. Porém, persigo outro afã.  Minha tese é a de que outros que não nós, querem que desregremos nossas intimidades para que com isto possam desenhar o seu projeto de INCLUSÃO. Como?

É, Inclusão. A Inclusão em um mundo de marionetes virtuais, aquelas que detém o gosto dos fabricantes de tudo o que você puder imaginar e que você por acaso pode ser consumidor. Com isto, as Redes sociais te mapeiam a todo instante. Onde você está? Qual será seu próximo passo? Para que ela possa, dominando seu gosto e itinerário, possa te oferecer as opções do mercado a seus pés (desavisados).

A coisa engrossa quando você começa a ser praticamente perseguido. Existem coisas que a gente não quer participar aos outros. Ai, você não vai colocar na Rede social que você naquele momento está viajando. Ai o Google diz, Faltam tantos dias para você viajar para o Iraque……..Síria…….Líbia………., ou seja lá para que destino maluco que você quer ir e com quem. E isto é outro problema…Com quem!  Mania de perseguição ou não, o fato é que isto já é espionagem. Estarei exagerando?

Talvez você não saiba mas, os computadores a princípio foram criados para espionar. Sim. Em 1943 em plena  IIª Guerra Mundial, os aliados criaram uma máquina que podia decifrar os códigos nazistas rapidamente e sem deixar rastros. Depois já em 1960 se criou o conceito de Redes de comunicação sem um centro físico, que nunca seria encontrado ou desativado. Sem os nazistas e os soviéticos, as redes permanecem e se voltam ao cidadão comum. Deste destino veio a servir aos interesses das empresas que queriam rapidamente saber quem eram seus potenciais consumidores. Mas, e dai? Poderíamos chegar, desprotegidos ao mapeamento de nossas condutas e pensamentos, principalmente atuação política.  Ainda que pouco de nós desenvolvam sim uma atuação política, mas para fazer política ou concebê-la, basta ser humano e conviver em sociedade. Assim candidatos invadem seu perfil e trazem noticiosos que você não pediu. Quando não criam mensagens de origem duvidosa. Criam-se grupos e disseminam-se ideias.

Em junho de 2013, um técnico e ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden divulgou documentos sigilosos dos Estados Unidos. Alguns desses documentos, divulgados pela imprensa revelam um sistema de espionagem destinado, não apenas a questões de segurança, mas também à obtenção de segredos comerciais. Esta notícia de que governos espionam por redes e/ou e-mail os cidadãos não causa surpresa naqueles com alguma noção de como funcionam a tecnologia, o poder e a geopolítica. Inclusa nesta denúncia, a espionagem da nossa Petrobrás e do e-mail do gabinete da presidência da República exercida àquela época por Dilma Roussef.

Mas não paramos por ai. Temos agora a NGA, cuja principal função é analisar bilhões de imagens e milhões de vídeos capturados por drones no Oriente Médio e por satélites espiões que circulam o planeta. Estes drones estão sendo usados como vigilância persistente. Tem sido usados em circuito domésticos nos EUA, mas também fora. E não há uma legislação ainda que defina qual será de fato seu papel nestas incursões.

Então daqui a alguns anos, ou dias, alguém saberá o que você toma no café da manhã, visto dentro do copo e do ar. E não será você desta vez que vai fotografar e postar.

Imagina…

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