Por Priscilla Thevenet*
Sempre fui extremamente fascinada com o poder que as redes sociais têm em ditar padrões de consumo e INFELIZMENTE, os tão discutidos padrões estéticos. Coloco em letras garrafais porque é uma triste realidade observar como essa ditadura pode ser cruel para muita gente.
Da esquerda para a direita: Khloe, Kris, Kourtney, Kim, Kylie e Kendall Foto: E! / Divulgação
Mil e Uma Possibilidades Digitais
As funcionalidades criadas, quase que mensalmente pelo gigante Instagram, por exemplo, propiciam novidades simpáticas para quem usa a rede para ganhar dinheiro ou trabalhar sua marca pessoal. Mas, e quem não consegue entender a real função de todas aquelas possibilidades digitais?
Filtros do Instagram
Vale lembrar que, em sua maioria, essas funcionalidades são usadas para fazer negócio e impulsionar estratégias on-line.
Enfim, daí não podemos deixar de mencionar os famosos filtros e seus raios Kardashianizantes (faço uso do sobrenome das multimilionárias e cirurgicamente perfeitas Kardashians para construir um argumento). Afinal, muitas opções de filtro mudam tanto a aparência que você parece com qualquer um, menos com si mesmo.
Temos que nos perguntar, até que ponto certas funcionalidades oferecidas são saudáveis e pura brincadeira ou podem moldar novas fixações e causar doença e depressão?
“A sensação é de que os filtros do Instagram roubaram os nossos rostos”, diz a historiadora Luciana de Almeida, autora da tese “Os sentidos das aparências: invenção do corpo feminino em Fortaleza (1900-1959)”, e estudiosa da história da beleza.
Se antes a beleza seguia elementos definidos e mais permanentes, agora essa superexposição cobra ainda mais do corpo e rosto, afinal quem não quer ser perfeito para seus seguidores e arrancar curtidas e elogios.
A Estética Virtual no centro
Inclusive, esses filtros fizeram com que a procura por cirurgias plásticas tenha crescido, em pouco tempo, número vertiginosos.
Em 2017, um estudo da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos revelou que a motivação de 55% das pessoas que fizeram rinoplastias em 2017 foi o desejo de sair melhor em selfies. Se antes procurávamos parecer mais bonitos na vida física, agora queremos estar bem nas fotos das redes sociais.
Surge então, uma pergunta inevitável: o Instagram está influenciando na mudança da aparência física não só no mundo virtual mas também no real?
Mais uma vez, ressalto, não é demonizar um aplicativo, é entender como usar suas ferramentas com responsabilidade e coerência. E, claro, temos que refletir sobre a idade mais propícia para crianças e adolescentes utilizarem essas redes sem supervisão.
Afinal, muitas vezes, eles não possuem visão crítica para encarar a rede como uma forma de entretenimento ou até mesmo trabalho. Para eles, vida real e virtual, são a mesma coisa.
E você, separa sua vida real da virtual? Se reconhece quando olha uma selfie?