Museu Mariano Procópio reabre visita da Villa Ferreira Lage

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Cidade - Por Caroline Ferreira

08/01/2020

O Museu Mariano Procópio iniciou 2020 com uma grande notícia: após um longo período de restauração a Villa Ferreira Lage, Castelinho, recebe os primeiros visitantes nesta terça-feira, 07.  Neste primeiro momento a visitação será feita a partir de grupos de, no máximo, 15 pessoas, de terça à sexta-feira de 10h30 e às 15h.

A gente foi visitar as áreas da casa que estão abertas para visitação e, como todo bom visitante, a gente conta como foi a nossa visita e o que você vai encontrar no novo Castelinho que, depois dessa reforma, mostrou novos detalhes que valem a visitação.

Se você, como a gente, visitou o Castelinho quando criança, ir lá hoje será uma nova experiência que o levarão a lembrar da sua infância e a conhecer um pouco mais sobre a nossa história.

Em alguns locais, chega a impressionar o trabalho árduo dos restauradores: as pinturas das paredes, a maioria foi feita a mão. Em todo o corredor da casa por exemplo, as paredes imitam pedras de mármore.

É visível que não são pedras reais, mas o trabalho dos restauradores buscou ao máximo se aproximar da padronagem do mármore, pintura original da casa que serviu de estadia para o imperador do Brasil, Dom Pedro II.

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Descobertas

Nas paredes da casa também se escondiam detalhes que ninguém imaginava. Durante a restauração, foi observado que em algumas partes das paredes tinham fragmentos de páginas de jornais antigos.

De acordo com assessor de comunicação do Mapro e nosso guia, Vinícius Ribeiro, conta que essa era uma técnica utilizada antigamente para ajudar na fixação dos papeis de parede. Nessas descobertas, foi observado um exemplar de 1883 e, claro, esse espaço foi mantido. Porém, será revitalizado até a conclusão das obras. Está a vista como curiosidade para os visitantes.

Nosso guia também ia nos contando como cada cômodo vazio era na época da família Ferreira Lage, nos levando a voltar no tempo e imaginar como os ambientes seriam. Sua configuração, seus detalhes e nuances característicos da época. Os móveis desses ambientes vazios estão em processo de restauro que deve ser o mais fiel ao original e, posteriormente, serão inseridos nas salas. Enquanto isso o visitante é convidado pelo guia a imaginar como tudo era.

Cerca de 80% das obras de restauro já foram concluídas, e alguns detalhes dessa restauração foram feitos a mão. Segundo Vinícius, duas salas estão completamente mobiliadas, a de música e a sala de conversas, e as demais serão mobiliadas sequencialmente.

A ideia inicial é realizar a restauração aos poucos, para que o público também reconheça os detalhes dos papéis de parede e da decoração, por exemplo. Isso também é um estimulo ao visitante a valorizar ainda mais o processo de restauração, que é custoso e demorado.

Nestes dois ambientes finalizados, a sala de música é a que mais chama a atenção. Enquanto toda a casa é revestida de papeis de parede. Ao entrar na sala de música nos deparamos com as paredes toda em madeira.

De acordo com Vinícius, o revestimento era o de mais avançado da época que colaboravam com a acústica da sala. Tanto o para o som que saia do piano fosse o mais bonito possível, quanto para os outros ambientes da casa não fossem afetados por este som.

O piano foi o único item móvel que não foi retirado para a restauração em toda a casa. Do teto ao chão, a restauração foi feita respeitando o instrumento, cuidando para que ele não fosse afetado durante o processo. Por isso, durante a restauração o piano foi mantido no mesmo local e, claro, foi todo protegido.

A sala de música também é um dos objetos de pesquisa para vários estudiosos, para compreender sobre como foi elaborada a acústica do local. Toda a casa e o parque em volta também são procurados para objeto de estudo em diversas áreas, como arquitetura, biologia, estudos sociais, e muitos outros.

Aquele local desde sua construção é admirada por diversos estudiosos, como Jean Louis Rodolphe Agassiz, geólogo e paleontólogo. Na época Agassiz foi um dos colaboradores do acervo de História Natural do Museu e, para ele, aquela região é o “paraíso nos trópicos”.

O Museu ainda desenvolve diversas atividades culturais de democratização e visitação do espaço, como Ópera, guia nas salas de visita, e visitas segmentadas. A visita é para os juizforanos de coração, e de nascença, que amam a história e que querem conhecer um pouco mais sobre a cidade que a tempos é tida como um dos polos de Minas Gerais. A gente ainda fez um vídeo bem lindo que está no nosso feed lá no instagram, segue lá @vai.ali!

 

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Mas quem é Alfredo?

Alfredo Ferreira Lage era colecionista. Por isso o Museu foi criado para abrigar seus objetos de coleção. Dessa forma, essa foi a primeira edificação do Brasil a ser construída para este fim, abrigar acervo de coleção de Alfredo Ferreira Lage. O Museu ainda possui a segunda maior coleção de Brasil Império do Brasil. Todo esse pioneirismo, levaram o Museu Mariano Procópio a se tornar ainda o primeiro Museu de Minas Gerais.


Ficha técnica:

Produção: Juliane Sarandy

Cinegrafia: Anna Carolina Miranda

Edição: Miriam Azevedo

Redação: Caroline Ferreira

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