Compartilhando filosofia barata sobre um tema caro

Cidade - Por Vai Ali

07/03/2017

Texto originalmente publicado no site da Avenida Independência no dia 07/03/2017 | Autor: Túlio Mattos

Quando viajo pra algum lugar diferente da minha cabeça, costumo ir de carona. É o famoso dedão contra os carros por horas a fio. Uma das últimas pessoas que quis minha companhia para seguir pela estrada de faixas contínuas e faixas tracejadas foi um filósofo, desses que a academia reconheceu como filósofo após um pós-doutorado em alguma coisa. Conversamos sobre muita coisa, mas tivemos um tema que me pegou de jeito: todo mundo é louco, todo mundo se considera louco em algum ponto. Para que isso não fosse tratado como doença, consideramos que a loucura de cada um não passa da individualidade de cada um. Procurando um jeito de colocar isso em poucas palavras, me entendi com as faixas e picotei uma que tenho muito apreço. Lancei a proposta: “então, o seu mistério é seu habitat”, como canta Raí Freitas? Na mosca!

Não sei se foi isso que o Raí quis dizer com esse trecho. Sei que quando o filósofo descobriu o nome do autor, soltou um suspiro e disse: “o mau da filosofia se repete nos outros campos. Quando você faz um mestrado, você só prova que sabe ler, interpretar um texto e falar sobre ele. As pessoas só te escutam se você tiver gabarito. Esse cara toca bem?”

Esse cara toca muito bem, e não é só ele que tem ideias geniais sem o devido reconhecimento. Enquanto o gigante Chico Buarque se perguntava, no Leblon, “onde estará Nicanor?”, Carlos Fernando, em Juiz de Fora, canta que encontrou o sujeito após anos e que constatou que o tempo passa pra todo mundo (confira no vídeo abaixo). Enquanto Cazuza se queixava por andar tão down, Edson Leão já traz a sábia conclusão de que “não era tão fantástico esse jogo da vida”. Enquanto Raul Seixas falava que cada um de nós é um universo, MC Oldi conta que “aqui todos se parecem quando estão sedados”.

Carlos Fernando gravou “Encontrei Nicanor”, na web série Música na Faixa. Confira:

Confira o restante da viagem de Túlio Mattos no blog da Avenida Independência, clicando aqui.

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