Roque popular brasileiro

Música - Por Vai Ali

11/04/2017

Texto originalmente publicado no blog da Avenida Independência.

Texto: Carime Elmor | Fotos: Lucas Portilho

O termo “alternativo” dentro do rock vem de uma linearidade que começa no underground, até em sua lógica natural, se tornar mainstream. O Indie surge no final da década de 1980, como uma forma de combater a banalização do termo alternativo, as bandas não seriam apenas alternativas ao sistema e à indústria da música, mas totalmente independentes e dissociadas. Maglore fica nesse ínterim, muito embora o Teago tenha afirmado que considera a banda mais independente que muitas bandas independentes.

Digo isso mais pela sonoridade do que pela ralação e corre dos caras. O som passa longe de uma banda shoegaze, noise ou lo-fi; o que se vê, de forma branda, é um pouco de estado de psicodelia, até mesmo pelos artistas que escutam. Mas resumindo, Maglore é uma banda de canções, com boas letras, arranjos bem feitos e redondinhos. Não por acaso vêm conquistando um largo público; é realmente uma música de apelo popular e fácil de agradar o novo público que acompanha esse cenário de bandas nacionais. Não querem ser obscuros e encontrados apenas pelos usuários de SoulSeek, totalmente ao avesso dessa ideia, estão espalhados por todas as plataformas de música, com um bom trabalho de divulgação em seus perfis.

Outra característica é que o Teago é um bom hitmaker, em uma era de música digital, em que as pessoas não têm mais o hábito de ouvir um disco na íntegra, essa é uma vantagem. Os versos fixam facilmente na memória e são prazerosos de cantar, realmente um show com um bom astral para se divertir, leve, e sem um mergulho profundo e intenso em aspectos sonoros que nos tirem o chão.

Após três álbuns, Veroz (2011), Vamos pra Rua (2013) e III (2015), com sucessos que não saem da cabeça, como “Ai Ai”, “Vamos pra Rua”, “Café com Pão”, “Demodê”, “Dança Diferente” e “Mantra”, será que podemos esperar que continuem na mesma estética musical? Certamente a cada trabalho novo, e com membros diferentes, a obra final se transforma naquilo que é real para eles: que gostem de ouvir, compor e, principalmente, tocar sem parar em muitos festivais e shows que irão aparecer. Em um ritmo de apresentação sem tomar fôlego, em que todos fazem segunda voz, sem deixar abaixar a sensação de empolgação de um show que é envolvente do início ao fim. Aguardamos com carinho para que nessa colagem de referências e composições, talvez agora com mais de um letrista, possa surgir um disco desses que dá vontade de entrar para a nossa coleção de LPs.

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