2º Encontro de Economia Criativa debate a Transformação Digital

Fala, Zé! - Por José Roberto Abramo

06/08/2019

Está chegando o 2º Encontro de Economia Criativa de Juiz de Fora e nesta edição o tema foi especialmente preparado para quem aposta nas tecnologias aliadas aos saberes criativos. Tudo isso gratuitamente e com certificado de participação. Participe e aproveite para aumentar sua rede de contatos.

 

O que é Economia Criativa

Para John A. Howkins, serão “atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos”.

O economista Will Hutton disse: “As ideias com valor expressivo (…) geram novos pontos de vista, prazeres, experiências; constroem conhecimentos, estimulam as emoções e enriquecem nossas vidas”.
Na definição de Andrea Matarazzo, autor do projeto “Distritos Criativos”: “o que move a Economia Criativa é a criatividade e a inovação como matéria-prima, portanto, o processo de criação é tão importante quanto o produto final, ou seja, uma cadeia produtiva baseada no conhecimento e capaz de produzir riqueza, gerar empregos e distribuir renda.”

Por estas definições percebemos que a Economia Criativa demanda a criação de setores da Economia que não se encaixam em algo já definido em um modelo em série. A Dinâmica é o movimento, mas não o encaixado, perpétuo em uma única via, para uma classe de indivíduos e que tudo se repete.

A Economia Criativa customiza os setores para entregar criação fora das produções em série que, via de regra antecipam gostos a serem aceitos, ou que ‘ditem tendências’. Produzem a livre criação de seus cérebros e corações. É uma inversão. Tudo que sai deve ser criativo, personalizado, nucleado, de nicho, ou de nicho a nicho, uma performance diferente.

Segundo estudo da Firjan, as indústrias criativas e culturais do Brasil foram responsáveis por gerar R$ 155,6 bilhões em 2015, o que representou 2,64% do PIB brasileiro naquele ano. No mesmo ano, essas indústrias empregaram 851,2 mil pessoas, ou o equivalente a 1,8% do total de empregos formais no Brasil. Em avaliação do BNDES, a indústria criativa apresenta uma tendência futura de crescimento acima da taxa mundial, o que é ainda mais significativo no caso do Brasil, tendo em vista diferenciais do país como a dimensão de seu mercado doméstico, a criatividade para geração de novos produtos, conteúdos, serviços e soluções de elevada qualidade e uma notória riqueza cultural, um dos mais importantes insumos de seus produtos e serviços.

Pilares

Ana Carla Fonseca Reis, doutora em Arquitetura e Urbanismo (USP), nos diz que os pilares da Economia Criativa são 3: Singularidade, o Simbólico e aquilo que é intangível: a Criatividade.

Ana Reis opina que a economia criativa é uma oportunidade de resgatar o cidadão (inserindo-o socialmente) e o consumidor (incluindo-o economicamente), através de um ativo que emana de sua própria formação, cultura e raízes. É uma cultura espelho para o indivíduo, visto como tal (grifo meu). Esse quadro de coexistência entre o universo simbólico e o mundo concreto é o que transmuta a criatividade em catalisador de valor econômico.

 

Métricas de Diversidade

As indústrias criativas não serão medidas pelos mesmos parâmetros de outros setores da economia, ou sequer querem constar em um. É difícil para o Estatístico ou para o Economista Convencional, estimar o seu valor. A Economia Criativa não se situa em nenhum ramo da Indústria, ou não quer ser definida como tal.

Se alguém customiza um tecido, baseado exclusivamente em sua criação e forma um mercado, ele não se situará no ramo têxtil. Não é uma revolta, nem proselitismo. É que a Economia Criativa, não parte da formalidade das convenções e sinais demandados historicamente pelos setores que aí estão, há séculos. No entanto, dentro do que vemos nas Indústrias e serviços de qualquer natureza, já desponta a Economia Criativa. Infiltrada, rompendo barreiras e modificando paradigmas.

Está chegando o 2º Encontro de Economia Criativa de Juiz de Fora e nesta edição o tema foi especialmente preparado para quem aposta nas tecnologias aliadas aos saberes criativos.

A Economia Criativa está mais como uma tendência a se auto definirem como criadores, empreendedores, artistas ou até mesmo ativistas sociais, do que como trabalhadores industriais. Apesar de sua aparente informalidade ou de seu formato livre, as indústrias criativas também abrangem algumas das maiores empresas do mundo, como empresas de software e conglomerados da mídia. E estas Indústrias grandes e pequenas estão se tornando em uma parte cada vez mais significativa da economia global. O que dá peso a elas e visibilidade de algo que vem para mudar, enfim, uma metamorfose empresarial. Além do artesanato, ou da indústria formal, existe então o Empreendimento Criativo, sem definições fáceis à mão.

“O Relatório da UNCTAD de 2008, Creative Economy Report, estimou que o comércio mundial de bens e serviços cresceu a uma taxa média anual de 8,7% entre 2000 e 2005, e comentou que esta tendência positiva ocorreu em todas as regiões e grupos de países.

Os estudiosos da Economia criativa dizem haver mais pessoas criativas trabalhando fora das Indústrias Criativas, do que dentro delas. O que parece paradoxal, porque une pontos aparentemente desconexos. Mas, o relatório denominou ‘criativos infiltrados’ o grande número de pessoas que trabalham em setores como a indústria de manufatura convencional. Isto significa que a existe uma criatividade inata de algumas pessoas que estão por aí trabalhando, mesmo nas Indústrias que não são embasadas nas fileiras da Indústrias criativas. Os criativos são absorvidos por todo tipo de setores. Eles estão por aí. É uma natureza intrínseca de certas pessoas. E como isto não está sob o controle necessário de formatos e normas, esta gente desponta.

 

Capital Intelectual

Uma das palavras em voga parece ser capital intelectual – a criatividade é um recurso elástico e ilimitado, portanto depende do talento e do capital intelectual das pessoas. Assim, a Economia Criativa não ocorre em empreendimentos fora da caixinha, apenas. Não. A Economia Criativa está em todos os lugares. E isto parece um processo metacognitivo de nosso século XXI, que despontou. Vamos torcer para que a Criatividade esteja também a serviço do planeta e de sua conservação., E, olha…parece ser o caso.

O SEBRAE nos diz que diferentemente da economia tradicional que opera com recursos escassos e concorrência baseada em preços, a economia criativa trabalha com recursos que não se esgotam, mas se multiplicam e se renovam e não concorrem entre si.

Confira a entrevista com a idealizadora do evento, Wanessa Bittar

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