A Mente Estendida – Telepatia

Metas da Ciência - Por Vai Ali

24/04/2017

Para Rupert Sheldrake a mente está interconectada tanto através do espaço quanto do tempo, e é muito mais extensa que os limites físicos do cérebro. Ou seja, a mente não está “dentro do Cérebro”, mas fora dele se conectando.

Uma vez passei por uma experiência entre várias semelhantes, que passo a historiar.

Estava eu junto de meu falecido pai em uma loja comercial que nos pertencia, e de repente o telefone desta loja, que também era um telefone dado por mim para contato profissional, tocou.  Eu disse a meu pai,

–  Este telefonema é do curso tal e vem pedir para que eu vá lá. Serei demitido.

Ao final do telefonema, meu pai perguntou quem era e eu disse – do Curso Tal. Pediram para que eu fosse até lá hoje ainda.

E meu pai quis saber se havia algum motivo para que eu pensasse que seria demitido. Eu disse que não. Era apenas um palpite.

Fui lá, e depois daqueles elogios que fazem você não entender porque está sendo demitido, aceitei a demissão de forma tranquila. Eu estava no meio do ano letivo e minha demissão provavelmente traria problemas. Na sequência descubro que um antigo professor resolvera voltar e a vaga seria destinada a ele no dia que resolvesse. E ele resolveu. Resultado, sai. Não me trouxe nenhum problema e mantive amizade com todos e os elogios de fato foram corroborados pelos alunos o que muito me deixou tranquilo.

Mas o que houve?

Achei que foi uma intuição. Das muitas que eu e várias pessoas já o tivemos. Hoje penso que foi um capítulo que começa a ser estudado pela ciência. A telepatia.

Sim, a Telepatia. Porque o telefone trazia as ondas do tema do assunto.

Eu creio em intuição. Já fiz aqui mesmo um artigo em que pude dizer sobre a ciência e os cientistas que dizem que contam com a intuição para resolver problemas que a razão não colabora.

Mas, sinceramente, acho que o assunto associado a este evento que narrei tem a ver com telepatia.

Muitos estudos atuais, aventam a hipótese de que as ondas cerebrais não se encerram no cérebro, caminhando entre os hemisférios apenas. E, a ciência quando quer saber  algo promove testes. Criam situações controladas de forma a elidir dúvidas ou criar um banco de dados a ser visitado no futuro onde outros testes podem ser realizados. As conclusões podem ser pelo total refutamento da tese, ou sua comprovação.

Um dos estudos de Sheldrake fala de telefonemas em que pessoas estimam quem está do outro lado da linha. Com índices de acertos mais de 50%,em várias experiências.

Quem tem animais em casa sabe que eles “advinham” a chegada de seus conviveres humanos com antecedência interessante, mais de 10 minutos, dizem as pesquisas. Mas, algumas pessoas dizem que os animais ouvem muito mais que nós e que tem o olfato aguçado.

Pois bem, e quando este “adivinhamento” se dá com o telefonema de um ente querido pelo animal?

“Uma das afirmações sobre cães e gatos mais comuns e fáceis de testar​​ é que eles sabem quando seus donos estão chegando ao lar, em alguns casos antecipando sua chegada em dez minutos ou mais”. Rupert Sheldrake

Sheldrake construiu um banco de dados com 4700 relatos de cães e gatos saberem quando alguém da família está planejando leva-los ao veterinário, sem que nada poderia dizer a eles por estarem isolados localmente da preparação, tipo, arrumar a casinha para leva-los, e a palavra veterinário ou coisa que pudesse ser indicativo. Alguns cães demonstram que sabem que irão passear, sendo que em muitos casos aquilo não é da rotina diária ou mesmo naquele horário sempre. As pessoas que convivem com animais pensam aquilo ser telepático.

Eu mesmo posso afirmar que quando eu e minha esposa estamos para viajar, viagem longa, as nossas gatas começam a andar em círculos e torno de nós, cabisbaixas e com os rabinhos abaixados. Como se tivessem sido abandonadas quando ainda estamos lá.

Nesta pesquisa existe o caso de que um gato sabe quando seu “pai” está ligando, corre ao telefone e tenta retirar do gancho. E sua “mãe” atende e verifica ser de fato seu marido. Quando o telefone toca e o gato não se manifesta, não é o seu marido. Isto é fato assistido pelo pesquisador. Não apenas relatado. Não dá para dizer que é cheiro e nem ouvido, não é?

E não apenas animais:

“Por meio de extensas pesquisas, meus colegas e eu descobrimos que a maioria das pessoas tiveram experiências aparentemente telepáticas com chamadas telefônicas. Na verdade, esse é o tipo mais comum de telepatia aparente no mundo moderno”. Rupert Sheldrake

Vários testes foram realizados, e indicam que não apenas localmente, mas a distâncias consideráveis como outro continente a telepatia “telefônica”, parece de fato muito presente.

Em mais de 800 testes a taxa de sucesso chega a 42%, entre familiares e estranhos, que as pessoas sabiam os nomes mas,  não os haviam visto. Nas chamadas familiares o sucesso chegava a 56%,dos casos.

Em alguns relatos desta pesquisa veio à tona aqueles fatos que você está em um local ou caminhando para a rua e olha uma pessoa pelas costas e ela se vira e olha diretamente para você. Quando não é você que olha para trás diretamente para uma pessoa que está com olhos fixos em você.

Eu posso ilustrar este fato com um evento que ocorreu comigo.

Estava em uma clínica de exames, esperando minha vez de ser chamado. Em geral nestes lugares ficamos quietos e relativamente concentrados. É de fato uma espera voltada para o exame. Às vezes se olha a TV ou o celular. Eu estava quieto e de cabeça baixa. De repente levantei a cabeça, olhei para o lado, para o fundo do salão onde era a espera para o circuito do exame, e dei de cara com uma moça me olhando. Quando fixei os olhos, ela sorriu e me cumprimentou. Imaginei de cara que era alguma aluna. E de fato ao passar por mim, me disse, oi professor, tudo bem? Fui atendido e fui embora sem revê-la. Porque olhei exatamente para o ponto mais distante e quase atrás de mim? Vez por outra isto acontece com a gente e não os damos conta. E nem importância.

Sheldrake também relata esta tipologia de  fatos em suas entrevistas.

Mais um fato a favor da ideia de que conseguimos fazer chegar nossas ondas cerebrais aos outros:

“Um segurança em um hospital disse que onde isso dava mais certo era com uma câmera oculta que cobria uma área onde as pessoas iam fumar, embora não fosse permitido fumar no hospital, mas quando ele observava os fumantes através da televisão de circuito fechado eles imediatamente começavam a parecer constrangidos e apagavam seus cigarros e saíam dali. Portanto, há muitas experiências práticas”.

A primeira lição que um detetive particular recebe sobre seguir alguém é “não olhe para as suas costas”. Porque se você olhar, o seguido vai virar e perceberá que você o segue. Porque será que esta lição é dada sem qualquer base científica? É crendice?

“A terapeuta corporal Sandra Fainbaum também tem uma coleção de casos semelhantes. Um deles: anos atrás, não resistiu à sensação de estar sendo chamada pelo marido. Preocupada, saiu de casa e começou a andar pela calçada, atenta aos carros que passavam. Já estava na terceira quadra quando avistou o carro dele, parando no meio da rua. Sandra percebeu que o marido desmaiara sobre o volante e conseguiu socorrê-lo rapidamente”.

Uma pessoa de meu convívio em uma noite, me contou que pensou no filho que morava em um outro país. A sensação foi horrível me disse, senti sufocação, dor e desespero. Ela pediu ao marido que tentasse entrar em contato com o filho, fato que somente foi possível na manhã, quando já havia clareado. E descobriu que no momento exato das sensações que teve na madrugada o filho havia tido um infarto. Disse ele depois que pensou nela no momento em que se viu em apuros diante da morte. Ele se salvou. Foi socorrido a tempo.

“Entrar em contato com os pensamentos, sentimentos e ideias de outras pessoas de maneira aparentemente direta, mente–mente, sem necessidade que tais informações passem pelos sentidos, é considerado algo fora do normal, por se tratar de um tipo de interação diferente da forma prevista pela ciência”, diz Wellington Zangari, coordenador do Inter Psi (Grupo de Estudos de Semiótica, Interconectividade e Consciência), da PUC de São Paulo.

Hoje temos estudos de eletrodos intracanianos que conseguem captar mensagens e transforma-las em palavras.

“Com uma janela aberta em seu cérebro, os voluntários tiveram de ler em voz alta fragmentos de textos históricos, como o discurso de posse de John Fitzgerald Kennedy. Os pesquisadores gravaram tanto o áudio como a atividade de ondas gama de áreas cerebrais conhecidas por seu papel no processamento da fala. O passo seguinte foi parcelar em segmentos de 50 milissegundos os dois sinais e deixar que a interface encontrasse correspondências entre a atividade cerebral e os sons”.

Isto é um estudo avançado da comunicação entre humanos e máquinas. Assim, se a mensagem for silenciosa, mas de forma que o receptor possa decodifica-la como mensagem, a interconectividade pode ser de emissor humano, para receptor humano, afinal são o mesmo tipo de aparelho.

Espero que o artigo tenha trazido luz a questão. Estamos adiantados em matéria de estudo das ondas cerebrais, nas suas emissões, nas suas recepções e parece que num futuro próximo os aparelhos que fazem a intercomunicação entre seres vivos vão se defrontar com algum obsoletismo.

Vamos esperar pra ver. E tomar cuidado com o que pensa…..

Compartilhe:

Tags: