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    Categories: Música

A poesia é a única saída

Texto originalmente piblicado no blog da Avenida Independência.

Autores: Karol Discaciati e Túlio Mattos

O Graveola faria um show no Rio de Janeiro no domingo seguinte e LG Lopes pegaria estrada logo cedo no sábado. Não negou, no entanto, o pedido de uma conversa sobre o momento compartilhado no Maquinaria.

Falamos sobre os percursos cíclicos da vida, sobre seguir em frente e ainda assim, revisitar lugares de tempos em tempos. LG esteve em Juiz de Fora duas vezes no último trimestre do ano passado.  “Cada lugar ensina uma coisa, e ao mesmo tempo, tudo se conecta numa caminhada meio contínua. Não tem começo, meio e fim, é tudo um processo”. Em meio a shows do Graveola e solo, muitos deles em parceria com Téo Nicácio, a estrada vem sendo quase sua casa desde dezembro.

A busca por ambientes mais intimistas é constante. “É uma busca pela vibração da escuta, porque uma das coisas que a gente perdeu muito na contemporaneidade é a capacidade de escutar”. Se a vida é composta de processos cíclicos, é natural que, além de retornarmos aos mesmos lugares, nos esbarremos com as mesmas pessoas, vez ou outra. Talvez seja  o que os Novos Baianos chamassem de “Lei natural dos encontros”. LG chamaria de ressonâncias naturais. É a terceira vez que traz sua música a Juiz de Fora num curto espaço de tempo, a segunda com abertura de Raí Freitas, e mais uma vez, passando aqui pela Avenida Independência. “Eu tenho uma impressão de que existe uma espécie de tribo intergalática, uma aldeia planetária em que a gente sempre acaba encontrando as pessoas certas. Seja em Juiz de Fora, a gente se conecta com pessoas que estão na mesma vibração”..

O tempo era curto. A última pergunta era direta, mas talvez não tão simples: por que insistir em fazer da poesia, alimento? “Eu acho que é a única saída, a única forma de não deixar que a dureza dos tempos enrijeça a nossa matéria sensível interna. Os encontros, as construções coletivas, isso tudo é material pra manter a chama da resistência. Nesse momento que a gente está vivendo mais do que nunca, porque não é um divertimento, uma distração; é uma coisa revolucionária.”

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