A Síndrome de Irlen

Pesquisas em Saúde - Por Vai Ali

19/04/2017

A Dra. Helen Irlen,  psicóloga americana é a responsável pela descoberta e pelos estudos internacionais sobre a Síndrome que tem seu nome. Esta Síndrome ainda é muito pouco difundida no Brasil, mas já investigada há mais de 25 anos na América do Norte com centros de diagnóstico e tratamento em 42 países, inclusive o Brasil.

O que é?

Segundo o Conselho Federal de Medicina(CFM): “A Síndrome de Irlen é uma síndrome neurológica […] que provavelmente é responsável na promoção de dificuldades para a leitura, aprendizado e compreensão de textos”.

Porém, “é um distúrbio diferente do processo de dislexia”.

Apesar de que, “a Síndrome de Irlen gera também dificuldades nas atividades diárias e escolares, pois promove imagens desfocadas, distorções do material gráfico, inversões de letras, trocas de palavras, perda de linhas no texto, desconforto nos olhos, cansaço, distração, sonolência, dores de cabeça, enxaqueca, hiperatividade, irritabilidade, enjoo e fotofobia, nem sempre relacionado a esforço despendido no processamento das informações visuais”.

Fonte: Portal do Médico

A Síndrome de Irlen é uma alteração na percepção visual e que é causada por uma a sensibilidade a certas ondas de luz, o que provoca, por exemplo, distorções no material de leitura e escrita, resultando em menor qualidade no desempenho escolar e de vida. Este desequilíbrio na capacidade de adaptação à luz produz alterações no córtex visual (no cérebro) e daí vem as dificuldades na leitura e visualização. É uma síndrome que no geral tem caráter familiar, quando um dos pais ou os dois também são portadores em graus variados.

A Síndrome é particularmente evidente em momentos de maior demanda visual tais como, atividades acadêmicas ou profissionais, circunstância em que leitura por tempo prolongado ou pesquisas e trabalhos em computador são requeridos.

É muito importante que o diagnóstico da Síndrome seja diferenciado do diagnóstico de Dislexia, entre outras afecções. Observemos que as pesquisas indicam que cerca de 12 a 14% da população tem Síndrome de Irlen. É proporcionalmente mais frequente quando há concomitância com déficits de atenção e Dislexia (33 a 46% dos casos). Está relacionada à desorganização, no cérebro, das informações recebidas pelo sistema visual. A dislexia é uma disfunção neurológica, ou um transtorno, de origem genética e hereditária, que leva à dificuldade na decodificação da leitura e, consequentemente, dificuldades para a escrita e compreensão de textos atingindo até 17% das crianças em todo o mundo.

Assim é um comprometimento acentuado no desenvolvimento das habilidades de reconhecimento das palavras e da compreensão da leitura. A leitura oral no disléxico é caracterizada por omissões, distorções e substituições de palavras e pela leitura lenta e vacilante. No distúrbio de Irlen, a compreensão da leitura também é afetada. Além do mais, sabe-se que a Síndrome de Irlen também pode ocorrer concomitantemente à Dislexia, Déficits de Atenção e Hiperatividade, no Autismo e durante o uso de certos medicamentos. Como os sintomas são semelhantes, o diagnóstico diferencial é indispensável para que a conduta ideal seja adotada o mais precocemente possível, uma vez que a intervenção gera benefícios nas outras áreas do processamento, como as auditivas, motoras e cognitivas.

Importante salientar que tanto a Dislexia quanto a Síndrome de Irlen não são doenças, mas disfunções neurológicas. Portanto não há cura e sim métodos para corrigi-las de forma a que a criança em idade escolar não perca em desenvolvimento. E o adulto não perca em qualidade de vida e não tenha dificuldades na atividade profissional.

Os acometidos pela Síndrome de Irlen têm preferência por lugares onde não haja excessiva incidência de luz, ou seja, demonstram fotofobia. Além disto, manifestam problemas na resolução espacial, alcance focal, ou seja, dificuldade de manter o foco, essencial na leitura em tempo prolongado. E isto se dá pela astenia visual, ou seja, o cansaço, assim diante de um papel branco as letras podem pulsar, ou tremer, aglomerar-se ou até sob certo ângulo desaparecer. A visão pode ficar borrada, ou visão duplicada, ou ainda, sem alinhamento.

Dificuldade com contrastes bruscos de cores e de luminosidade; dificuldades com a luz que apresentem excesso de nitidez; dificuldade por ofuscamento diante de faróis de carros à noite, o que reforça o contraste. Além de perda do sentido de profundidade. As luzes fluorescentes são particularmente desconfortáveis e geram irritabilidade. Principalmente a luz fluorescente branca 6400 K de temperatura, onde a faixa de luz azulada é maior e a ultravioleta. A luz fluorescente, chamada “branco cálido” na faixa 2700 K de temperatura, é mais confortável e os olhos são mais adaptados por parecer mais com as incandescentes que por sua vez são mais próximas à luz Solar. O que quer dizer que na faixa de frequência de luz amarela a quantidade é maior em relação à outras faixas de cor.

O tratamento da síndrome de Irlen – Método de Irlen

A sensibilidade do sistema visual a certos comprimentos de onda do espectro eletromagnético visível ao olho humano (ondas luminosas) provoca distorções no processo de   transmissão de forma que os impulsos elétricos cheguem ao córtex cerebral primário, uma estrutura que processa a informação que chega da retina para a formação da memória visual,  em momentos distintos, com perda de qualidade da interpretação visual, caracterizando uma desorganização no processamento cerebral das informações recebidas pelo sistema visual. Por exemplo, um olho lê mais rápido que o outro e a informação chega ao córtex em momentos distintos.

O tratamento consiste em avaliações psicopedagógicas de forma a que a criança venha a lidar com sua diferença, em primeiro lugar. Feito isto a avaliação passa à sobreposições coloridas que serão chamadas de Overlay, que são transparências de acetato colocadas sobre textos ou na leitura, ou ainda, óculos com filtros nas lentes, que recebem tratamento exatamente para serem filtros, de acordo com o problema da criança, dentro das variâncias que se observa de um a outro indivíduo.

Os acetatos coloridos ou os filtros Overlay, ou mesmo as lentes especiais nos óculos, são na realidade filtros espectrais que vem a corrigir o distúrbio visual-perceptivo que por ser de base neurológica não é detectado em exames oftalmológicos de rotina. À medida que se testa, individualmente a faixa espectral com os filtros, percebe-se uma melhora na leitura. Constatada a necessidade de um filtro específico para aquele paciente isto vem para o dia-a-dia, como uso dos óculos.

Leia mais aqui.

Estes óculos deverão ser usados todo o tempo, já que facilitam o dia-a-dia. Serão usados mesmo em ambientes fechados ou à noite. A neuroadaptação rápida e significativa com o uso frequente dos filtros elimina os sintomas e proporciona uma melhor qualidade de vida dessas pessoas.

Enfim, o método Irlen ajuda indivíduos com problemas comportamentais, emocionais e com dificuldades escolares, pois melhora a fluência da leitura e a atenção sustentada.

Para saber mais, veja o vídeo abaixo da PUCTV:

Se você gostou desta pesquisa, passe para frente, porque muitas pessoas não sabem que podem ter algo parecido e deixarão de ser beneficiadas pelas correções.

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