Cerca de três bilhões de pessoas não têm água e sabão em casa

Cidadania Sustentavel - Por José Roberto Abramo

14/06/2021

Veja na figura abaixo, No Brasil

Alerta do Unicef revela que quase três quartos dos que vivem em países menos desenvolvidos não possuem instalações básicas para lavar as mãos.

Não há nenhuma dúvida de que lavar as mãos corretamente é fundamental para evitar a contaminação e proliferação do coronavírus. Tem até vídeo na internet ensinando como se deve fazer e o tempo que se leva. Uma das dicas é não parar de lavar até que termine de cantar “Parabéns pra você”. Acontece que, para alguns, ou melhor, para muitos, lavar as mãos não é uma ação tão simples. De acordo com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), apenas três em cada cinco pessoas em todo o mundo têm instalações básicas adequadas para se lavar as mãos.

“Lavar as mãos com sabão é uma das coisas mais baratas e eficazes que você pode fazer para se proteger e proteger os outros contra o coronavírus, bem como contra muitas outras doenças infecciosas. No entanto, para bilhões de pessoas, mesmo as medidas mais básicas estão simplesmente fora de alcance”, explica o Diretor de Programas do UNICEF, Sanjay Wijesekera.

 

Em muitas partes do mundo, crianças, pais, professores, profissionais de saúde e outros membros da comunidade não têm acesso a instalações básicas para lavar as mãos em casa, em instalações de saúde, escolas ou em outros lugares. De acordo com as estimativas mais recentes da entidade, os dados são os seguintes:

40% da população mundial, ou 3 bilhões de pessoas, não têm lavatório com água e sabão em casa. Quase três quartos das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa.

47% das escolas carecem de um lavatório com água e sabão, afetando 900 milhões de crianças em idade escolar. Mais de um terço das escolas em todo o mundo e metade das escolas nos países menos desenvolvidos não têm lugar para as crianças lavarem as mãos.

16% dos estabelecimentos de saúde, ou cerca de um em cada seis, não têm banheiros funcionais ou instalações para lavar as mãos nos pontos de atendimento onde os pacientes são tratados.

Jovem haitiano carrega balde d’água na cabeça, em região de saneamento básico precário. Brasil também vive esse problema
Foto: Logan Abassi/ONU

No Brasil, a situação não é muito melhor. De acordo com o Instituto Trata Brasil, são quase 35 milhões de brasileiros sem acesso a água tratada. Em 2016, uma em cada sete mulheres brasileiras não tinha acesso à água. No caso dos homens, um em cada seis não tinha água. Os dados mostram ainda que apenas 22 das 100 maiores cidades brasileiras possuem 100% da população atendida com água potável. Tudo isso em um país que detém 12% de toda a água doce do planeta. Já os desperdícios e as perdas na distribuição no Brasil chegam, em média, a 38,45% de tudo que é produzido.

Em todo o mundo, as populações urbanas são as que correm mais riscos de infecções respiratórias virais devido à densidade populacional e às reuniões públicas mais frequentes em espaços lotados, como mercados, transporte público ou locais de culto religioso. As pessoas que vivem em favelas urbanas – a pior forma de assentamento informal – estão particularmente em risco. Como resultado, lavar as mãos se torna ainda mais importante. Ainda hoje, segundo o UNICEF:

Na África ao sul do Saara, 63% da população nas áreas urbanas, ou 258 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Cerca de 47% dos sul-africanos urbanos, por exemplo, ou 18 milhões de pessoas, carecem de instalações básicas para lavar as mãos em casa, tendo os moradores urbanos mais ricos quase 12 vezes mais chances de ter acesso às instalações para lavar as mãos.

Na Ásia Central e Meridional, 22% da população nas áreas urbanas, ou 153 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Por exemplo, quase 50% dos bengaleses urbanos – ou 29 milhões de pessoas – e 20% dos indianos urbanos – ou 91 milhões de pessoas – carecem de instalações básicas para lavar as mãos em casa.

No Leste da Ásia, 28% dos indonésios urbanos, ou 41 milhões de pessoas, e 15% dos filipinos urbanos, ou 7 milhões de pessoas, carecem de instalações básicas para lavar mãos em casa.

Para minimizar esses problemas, em tempos de coronavírus, o governo de Ruanda resolveu espalhar pias portáteis  em pontos de ônibus, perto de restaurantes, bancos e lojas da capital Kigali. Até agora, Ruanda não registrou nenhum caso do vírus, mas a vizinha República Democrática do Congo confirmou seu primeiro caso na terça-feira, elevando para oito o número de países da África Subsaariana atingidos pela pandemia.

Leia o Artigo abaixo de onde transcrevemos na íntegra o texto.

Cerca de três bilhões de pessoas não têm água e sabão em casa

“Um estudo (veja abaixo) calcula que a cada dólar investido em serviços de água e saneamento pode-se obter um retorno de 4,3 dólares.”

OMS: 748 milhões de pessoas não têm acesso a água potável no planeta

Um total de 748 milhões de pessoas não tem acesso a água potável de forma sustentada em todo o mundo e calcula-se que outros 1,8 bilhão usem uma fonte que está contaminada com fezes, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira, 19 de novembro, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo mostra que 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento adequado e que 1 bilhão defecam ao ar livre, nove em cada dez, em áreas rurais.

Os dados constituem as principais conclusões do relatório Glass 2014, estudo feito a cada dois anos pela OMS cujo título, este ano, é investir em água e saneamento, aumentar o acesso e reduzir as desigualdades.

O texto informa que o acesso a água potável e ao saneamento adequado tem implicações num amplo leque de aspectos, desde a redução da mortalidade infantil, passando pela saúde materna, o combate às doenças infecciosas, a redução de custos sanitários e no meio ambiente.

O estudo mostra que, nas duas últimas décadas, 2,3 bilhões de pessoas conseguiram ter acesso às fontes de águas melhoradas.

Redução de óbitos

No mesmo período, o número de mortes de crianças devido às doenças diarreicas – relacionadas com o saneamento precário – caiu de 1,5 milhão em 1990 para 600 mil em 2012.

“Claro que podemos dizer que se melhorou muito, mas 600 mil crianças continuam a ser um número muito elevado”, disse, em entrevista, Maria Neira, diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS.

Segundo dados da OMS, se o acesso a água potável fosse melhorado e se fossem implementados serviços de saneamento adequado, as mortes por diarreia poderiam ser reduzidas em cerca de 70%.

Investimento

O estudo calcula que a cada dólar investido em serviços de água e saneamento pode-se obter um retorno de 4,3 dólares, com a redução dos custos de saúde, o aumento da produtividade no trabalho e a criação de novos empregos em indústrias relacionadas com a gestão de resíduos.

“A água e o saneamento são temas básicos de direitos humanos e têm um componente de gênero essencial. No mundo são, majoritariamente as meninas que vão buscar água, o que as impedem muitas vezes de frequentarem à escola”, disse Maria Neira.

Estudo retirado de:

OMS: 748 milhões de pessoas não têm acesso a água potável no planeta

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