Dor e realidade da dor

Pesquisas em Saúde - Por Vai Ali

19/06/2017

Doutor, acordei com muita dor. É o meu bico de papagaio ou a minha artrose?”

Essa pergunta é frequente em consultórios médicos e fisioterapêuticos.

Ao incriminar um processo, que seja estrutural como o Oteófito (bico de papagaio) ou a artrose (desgaste articular), estamos, muitas vezes, negligenciando, condições que iriam favorecer o processo álgico (relativo a dor) que em grande parte não esta relacionada com as alterações estruturais.

Exemplos de situações e fatores que podem estar potencializando os processos citados, e neste caso as pessoas “experimentarem” dor, seriam: a inatividade, que colabora com as disfunções biomecânicas do corpo – fraqueza de alguns músculos, e excesso de trabalho em outros; as posturas nos setores de trabalho; a posição em que o individuo dorme; a forma que o mesmo levanta de sua cama e o travesseiro; o calçado que utiliza; o uso de aparelhos como celulares e notebook, em posturas desfavoráveis; assistir televisor deitado na cama ou também em sofá, etc. Estas são algumas condições que podem estar de fato favorecendo o desalinhamento articular, onde possa estar o possível processo de artrose, ou mesmo o osteófito.

 O importante é entender que processo como artrose, osteófito e outros, não são originados de um dia para o outro. E dessa forma as pessoas se assustam ao saber que em um exame de imagem pedido pelo médico esteja indicando ambos. Entretanto, deixamos claro que eles podem sim estar desencadeando dor, mas que não acontece em sua maioria.

O médico traumatólogo e ortopedista britânico, James Ciryax, apresenta estudos e obras importantes que contribuíram para um diagnóstico mais sensato e, sobretudo, um entendimento quanto a origem da dor biomecânica, sua avaliação e seu prognóstico. E ele ressalta em sua obra “ Ortopedia Clínica” que um indivíduo pode procurar um consultório médico hoje com algum quadro álgico, e em seus exames de imagem identificarmos alterações como as duas citadas no corpo deste texto. Entretanto, este mesmo individuo diz que a dor começou há uma semana, por exemplo, e ao olharmos as estruturas no exame de imagem notamos que a “ idade” das alterações como artrose e o bico de papagaio, não surgiram neste intermeio, ou seja, é coisa que já o acompanha há um bom tempo, talvez anos.

Qual seria a justificativa além das condições citadas?

Vamos dar um exemplo simples para compreendermos o que realmente importa: quando se pensa em erguer uma construção de uma casa, a estrutura que merece uma atenção especial no projeto seria a “coluna”, ou as colunas que recebem e distribuem o peso, e é feito um cálculo do peso que será colocado em cima desta coluna.  Não é mesmo? E nós então podemos comparar a “coluna” de uma edificação à coluna do corpo humano.  Coluna vertebral, onde as ferragens seriam similares às vertebras, e a laje (ou seu peso) comparada ao peso corporal.  Ah, e considerando também a altura do indivíduo.

O mais importante desta comparação seria a junção de areia com cimento.

Por quê?

 Quanto mais cimento, mais forte! O cimento neste contexto seria comparado aos músculos, que protegem e sustentam a coluna, ou seja, se temos uma boa quantidade, mais força de resistência, mais rigidez e a coluna está protegida e sustentada; se temos uma boa musculatura, temos nossa estrutura óssea bem preparada para sustentação, proteção e movimentação do corpo humano.

Contudo, para termos então uma condição muscular que seja capaz de sustentar proteger e permitir uma ótima mobilidade, é preciso exercitar com qualidade e buscar estar bem orientado.

Nos dias de hoje temos muitos recursos para que isso possa se tornar realidade e mais frequente em nosso meio e na sociedade. Além disso, é importante quebrarmos o paradigma de que idade é sinônimo de dor; e que toda dor necessita de medicamento. O que precisamos é de sermos avaliados pelos médicos para um diagnóstico clínico e um fisioterapeuta para um diagnóstico funcional. Daí se for necessário tratar, a solução é procurar um educador físico, utilizando vários recursos que nos ajudam nesta grande obra que é o corpo humano. Sugerimos RPG, para melhorar o alinhamento articular de nossas vértebras, Pilates, que melhora o alongamento, a resistência e a estabilidade abdominal, e que também auxilia a coluna vertebral, além de exercícios na água, como hidroginástica, natação e treino muscular.

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Dr. Luis Carlos Antônio

Graduado em fisioterapia pela  Universidade Salgado de Oliveira; Pós-Graduado em Traumato Ortopedia com Ênfase em Terapia Manual, (UCP); Mestrando em Fisioterapia do Esporte.

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