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Experimentação musical

Texto originalmente ublicado no site da Avenida Independência.

Autor: Thiago Menini 

Título simples e direto: nome do compositor e nome do CD. Não tem porque ficar inventando muito. A compulsão de inventar pode ser acompanhada na escuta das 23 faixas. Rotações, de Luiz Castelões, é um convite para ampliar seu conhecimento musical; uma ode que pode levar a um universo antes desconhecido.

O CD é composto por cinco peças e seus diversos movimentos. São dois quartetos, duas peças para piano solo e uma eletroacústica, chamada “Rotações”. Esta é a última faixa do CD, sólida e sozinha como desfecho, uma “vinheta eletrônica”, como descreve Castelões, intitulação que resume uma idéia central, presente ao longo do CD: o swing da música pop, aquela sensação de ter um ritmo orgânico, descrito como uma série de círculos com variadas dimensões, rotacionando simultaneamente. Vale uma analogia com o vinil, algo do tipo: colocarmos ele para girar, com duas agulhas para tocar em dois pontos distintos.

Lembra da exeprimentação, do título? A quarta peça, 3 Transcrições é isso. Um processo de conversão transcrito para a partitura, que no CD, contou com a interpretação da pianista Grazi Elis. Mas conversão do quê? Daí a invenção.

Castelões desenvolveu um método de composição que converte uma imagem digital em sons, utilizando aplicação OpenMusic.  Aí vem a pergunta, se é um processo de conversão, não é de composição, correto? Errado! De fato, trata-se de um processo literal no sentido de que não há a criação de notas, ritmos ou dinâmicas. São informação advindas das cores numa imagem. No entanto, há muito trabalho no sentido de que foi o compositor quem desenvolveu a tecnologia; os parâmetros foram controlados de forma a se obter música; e o compositor sempre intervém nos resultados das conversões, no intuito de obter mas musicabilidade, tocabilidade e legibilidade.

A música de Luiz Castelões é um convite a conhecer possibilidades. É algo que vai para além daquela trilha sonora que escolhemos para nosso dia-a-dia. Ela apresenta uma outra experiência, contemporânea no sentido de conhecermos sonoridades do século XX, mas também atual, muito atual. Esse é seu grande trunfo como compositor, entender o momento, as tecnologias e propor novas escutas.

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