Greve global climática é convocada para 20 de setembro

Uma chamada internacional para defesa e reflexão sobre o clima Global.

Ciência Curiosidades Fala, Zé! - Por José Roberto Abramo

27/07/2019

O mundo vive algo como uma Mudança Climática? Parece que sim.

Em primeiro lugar é importante caracterizar o que são as mudanças climáticas? Não são mudanças que ocorrem de um dia para o outro, mas sim alterações persistentes ao longo de vários anos ou décadas. Mudança Climática também não quer dizer Aquecimento Global.

O aquecimento global tem sido discutido nas Academias como uma suposta e provável mudança climática, mas que estaria ocorrendo ao longo de alguns anos. E não seria a única mudança visível no horizonte climático. Um outro enfoque nos leva à certeza de que não é a primeira vez que nosso planeta sofre mudanças no clima em nível global. As escalas de tempo envolvidas que possam caracterizar um mudança significativa, tem sido objeto permanente de estudos de climatologistas, geólogos e meteorologistas, entre outros, e muito difícil para o cidadão comum, apenas observando seu dia-a-dia, perceber que as coisas vão para uma ou outra direção.

 

Intervenção do Homem – Causa Antropogênica?

Se o clima está sujeito à nossa intervenção, ou seja, tem causa Antropogênica, é o que podemos determinar com os estudos, mas não é difícil de intuir. Por outro lado, existem discursos inflamados lado a lado de ciência, política e economia, pela discordância quanto à nossa capacidade de intervenção no planeta inteiro, outras por conta das questões de hegemonias políticas, que nos levam a questões econômicas, estas da ordem de grupos, mas também de países.

Mas, a intervenção do ser humano no microclima é fato. Se a sociedade humana influi no clima em escala global isso ainda é alvo de muita discussão entre os inúmeros cientistas conforme expomos acima, entretanto, esta mesma comunidade científica parece ser unânime em afirmar que o homem é capaz de alterar o clima em escala local.

O meio urbano é alvo das mais arbitrárias práticas modificadoras da paisagem ocasionadas pelo homem. A formação das chamadas ilhas de calor, é um exemplo. As poucas áreas verdes das cidades, sujeita às especulações econômicas do espaço urbano, dificuldade que acelera as mudanças face a alterações na umidade relativa do ar, na insolação direta, à velocidade dos ventos. Em cidades arborizadas por exemplo, a diferença entre a parte verde e as mais áridas chega a ser de 40 Graus. O excesso de calor gerado pela ausência arbórea afeta significativamente o metabolismo humano, que, buscando compensação térmica, passa por diversos transtornos, como desidratação, falta de apetite, perda de energia e aumento da fadiga. Em crianças e idosos, esse desequilíbrio é bem mais sentido e perigoso.

 

O Alarme Climático

Os cientistas têm afirmado que passamos por uma crise climática. E mais do que isto uma “Emergência Climática”. As terminologias “Mudança Climática”, “Crise Climática”, “Aquecimento Global”, podem ser sinônimos como aspecto informativo, apenas. Mas há enormes diferenças quanto a base científica destes termos.

Se o termo é mudança climática, realça estritamente o fenômeno físico que vem ocorrendo no planeta e vai continuar, seja de maneira natural ou induzida pelo ser humano ao que chamamos de Antropogênico. Assim, as mutações climáticas, modificações nas temperaturas e precipitações e as transformações dos padrões do vento são qualidades que estão presentes ao longo da história do planeta. Porém, não há garantia que, a sucessão de eventos elencados na atualidade, tenha origem Antropogênica.

 

Paleoclimatologia

A Paleoclimatologia é o estudo das variações climáticas ao longo da história da Terra.

O aperfeiçoamento e o esmero moderno dos estudos paleoclimatológicos vem revelando um fenômeno inesperado: as transições de estados de equilíbrio no sistema climático aconteceram muito rapidamente no passado. As mudanças climáticas da era do gelo do pleistoceno ocorreram de maneira abrupta e radical, e isto nega nossa percepção de gradualismo. Portanto, se de fato estamos diante do aquecimento global, que já estaria ocorrendo para alguns, este pode ser visto como um fenômeno muito mais perigoso porque será dotado de imprevisibilidade total. Como mensurar um efeito do que estamos imersos e do qual podemos ser o principal agente?

Mas é cogitado que o chamado Aquecimento Global é um resultado, salvo engano, que de fato ocorre no planeta neste instante. Existe um ativismo que fala das temperaturas que estão aumentando. Mas, há controvérsias. Alguns cientistas, dizem que com base na menor atividade solar, teremos de fato um resfriamento global anos à frente. A base de analise fenomenológica demanda pesquisa e tempo.

 

Que Tempo?

O medo é: Temos este tempo? Temos o tempo de sustar o Aquecimento? Além de tudo isto, seremos de fato culpados pelo fato do aquecimento?  Será que poderia estar havendo o Aquecimento Global presumido, mas a causa não ser a Atividade Humana? Por outro lado, estima-se que se o Aquecimento se dá com origem Antropogênica, então os combustíveis fósseis, tais como carvão, petróleo e o gás natural,  na atmosfera, serão os grandes vilões. É um acaso a ser mensurado.

O uso destes recursos, com certeza foi de grandes impactos evolutivos para o Homem, para o melhor, em nível social, tecnológico, econômico e algumas graves consequências para o meio ambiente. Estas consequências com o uso destes combustíveis, são, no mínimo, a contaminação do ar pela sua combustão, sendo mesmo um problema para a saúde pública.

Gases como o dióxido de carbono, o CO2, são considerados poluentes por agirem diretamente com o efeito de estufa, aumentando assim o aquecimento global, não deixando dissipar o calor gerado pelos raios solares. O Efeito Estufa é assim chamado porque a atmosfera seria semi-opaca aos raios infravermelhos, ou seja, o calor radiante permaneceria em parte nas proximidades da superfície, em maior grau se maiores forem os gases que os aprisionam. E a tendência será aumento na temperatura ambiente em nível global, com todas as consequências que adviriam desta alteração. Mas, há controvérsias quanto ao CO2 e o Metano, serem de fato gases estufa.

Os cientistas e, com base nestes, os ativistas, se referem à “Crise Climática” e a uma “Emergência Climática”. E isto parece apontar para uma ação deletéria do ser humano e as emissões de gases dos combustíveis fósseis, e se for assim, a sociedade deve se posicionar, no mínimo para discutir. Concordar, provar ou dar a contra prova. Isto parece uma postura responsável tanto pela comunidade científica, políticos e o cidadão comum que será, como todos o prejudicado. Não apenas isto, mas também as outras espécies, o bioma com alterações até difíceis de ser mensuradas em sua totalidade.

 

Consequências

O derretimento das geleiras do Ártico, da Antártida, da Groelândia, gera transtornos ambientais e sociais. Alteração da temperatura dos oceanos, traz o desequilíbrio ambiental que atinge principalmente as espécies marinhas. Por causa do derretimento das Geleiras vai haver elevação do nível dos oceanos que obrigaria que a população residente em áreas costeiras migre para outras localidades – estima-se que pelo menos 200 milhões de pessoas sejam afetados pelo aumento do nível dos oceanos.

Outras consequência presumidas seriam, a desertificação, alteração do regime das chuvas, intensificação das secas em determinados locais, escassez de água, abundância de chuvas em alguns locais, tempestades rigorosas, furacões, inundações, alterações de ecossistemas, redução da biodiversidade, perda de áreas férteis para a agricultura, além da disseminação de doenças como a malária, esquistossomose e febre amarela.

A partir disto, a declaração de Emergência se vincula a duas premissas: reconhecer o problema e esboçar um eixo de atuação para resolvê-lo.

 

Se o clima está sujeito à nossa intervenção, ou seja, tem causa Antropogênica, é o que podemos determinar com os estudos, mas não é difícil de intuir.

Manifestantes em diversas partes do mundo protestam a favor da situação atual do planeta.
Foto: Grist.org

 

Fridays for FutureGreve Climática

Transcrevo aqui o site CLIMAINFO – a chamada GLOBAL STRIKE FOR FUTURE.

Uma chamada internacional para defesa e reflexão sobre o clima Global.

“Fridays for Future” a Greve das escolas pelo clima é uma iniciativa estudantil em favor da defesa do clima. A primeira destas greves estudantis foi iniciada por Greta Thunberg em agosto 2018.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou os países para a Cúpula do Clima no dia 20 de setembro. A Cúpula terá como missão aumentar a ambição das metas dos países no enfrentamento da crise climática.

Inspiradas pelo movimento de jovens, o Friday for Future, um grupo de organizações está convocando o mundo todo para uma greve geral neste mesmo dia: “esperamos que algumas pessoas saiam em protestos contra novos fóssildutos, ou os bancos que os financiam, contra as petroleiras e os políticos que espalham suas mentiras (…). Esperamos que todo mundo pare pelo menos alguns momentos em um parque em uma cidade ou numa fazenda ou no telhado do seu prédio, simplesmente para se dar conta da beleza do nosso mundo ao qual é nosso privilégio proteger”.

Mais de 60 personalidades globais como Noam Chomsky, Christiana Figueres, Bruno Latour, Naomi Klein, Bill McKibben e Michael Mann estão apoiando.

“As gerações adultas falharam-nos na maior crise que a humanidade enfrenta”, disse a sueca, de 16 anos, que pareceu, por momentos, algo surpreendida com a calorosa recepção que lhe fizeram os manifestantes, entre gritos e fotografias.

Consulte o site  para se inscrever e receber notificações, se tiver interesse.

 

Ficamos assim, bom trabalho.

 

José Roberto Abramo.

 

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