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Música: 10 maiores lançamentos nacionais de 2017

O Lucas Muller já passou por aqui indicando os 10 maiores lançamentos internacionais de 2017, e eu como grande admirador da música brasileira, resolvi deixar as edições um pouco de lado e listar os 10 maiores lançamentos nacionais de 2017.

10 maiores lançamentos nacionais de 2017

#10 Macaco Bong – Deixa Quieto

Nevermind, o álbum icônico do Nirvana, completou 26 anos em 2017 e os brasileiros do Macaco Bong resolveram homenagear Kurt e seus amigos com uma releitura surpreendente do trabalho de maior expressão da banda. Deixa Quieto é o quinto disco da banda e conta com releituras instrumentais das 12 canções presentes no lançamento inicial do Nirvana. O Macaco Bong trouxe para os clássicos dos garotos de Seattle a pegada árida do Mato Grosso. O disco foi produzido por Bruno Kayapy e é uma grande estratégia da banda para se manter nos holofotes, tarefa complicada para um grupo 100% instrumental. Se o objetivo era chamar a atenção, o Macaco Bong conseguiu isso com exímia qualidade sonora e maturidade musical.

#9 Marcelo Yuka – Canções para Depois do Ódio

Marcelo Yuka é ex-baterista da banda O Rappa. Depois de perder os movimentos da perna em um assalto, Yuka deixa a banda e monta o projeto "F.U.R.T.O". Mais de uma década depois o baterista e compositor lança seu primeiro disco solo. Em "Canções para depois do ódio" Yuka mescla ritmos e estilos que vão desde o funk ao rock. Faixas recheadas de sintetizadores e batidas afrobrasileiras, como o batuque de terreiro, se misturam a letras críticas e líricas em versos que retratam o caos atual na busca por uma saída saudável e compreensível em meio ao ódio.. O disco foi inteiramente produzido por Yuka e Apollo 9 e conta com uma série de participações especiais que dão voz aos versos do músico e compositor: Céu, Bukassa Kabengele, Cibelle, Rico Dalasam, Black Alien, Seu Jorge e muitos outros.

 

#8 Flora Matos – Eletrocardiograma

Amor e todos os jeitos de amar, é disso que se trata “Eletrocardiograma”, o novo trabalho de Flora Matos. A cantora foge do comum no rap feminino e deixa o empoderamento em segundo plano para cantar seus desejos e paixões. Um disco recheado de nuances e conflitos da vida amorosa. Mas se engana quem pensa que isso desqualifica o trabalho, ao contrário, Flora aparece mais madura. O disco contou com um time de peso na produção, entre eles: Iuri Riobranco, Wills Bife, Nave e Sants. Inclusive, os instrumentais são um grande destaque do álbum, levando o ouvinte por uma viagem romântica na voz de Flora. “Esse disco é como um monólogo de uma paixão. Aquelas paixões que nos levam a pensar que não dá pra viver sem a pessoa, mas que no final nos leva a refletir sobre amor próprio e nos recuperamos com garra.” – comenta Flora em entrevista a Vice.

 

#7 Chico Buarque – Caravanas

Recheado de lirismos e reafirmando seu incrível talento para musicar poesias, Chico Buarque lança um novo disco de estúdio 6 anos após o último lançamento. "Caravanas" conta com sete canções inéditas e duas regravações. Todas as composições são de Chico. O álbum tranquilo do ínicio ao fim. Luiz Claudio Ramos assina os arranjos e a produção musical do álbum que contou também com a produção de Vinicius França e foi gravado no estúdio Biscoito Fino. O primeiro single do trabalho "Tua Cantiga" já ultrapassa um milhão e meio de visualizações no youtube, afirmando Chico Buarque no meio digital.

 

#6 Baco Exu do Blues – Esú

O Mc baiano Baco Exu do Blues ganhou reconhecimento nacional depois da polêmica faixa "Sulicídio". Em Esú o Mc apresenta 10 faixas inéditas transitando por diferentes ritmos e temas. Pra quem esperava um CD com mais críticas a indústria o novo trabalho de Baco é surpreendente. O disco passeia por temas como religião e amor, tudo isso em um tom extremamente pessoal, mas ele dá o recado em Abre caminho: "Não foi pedindo licença que eu cheguei até aqui", na faixa seguinte reforça que "se eu tivesse morrido pós Sulicídio já seria um mito". Baco reconhece a importância do single não só para ele, como para todo o rap nordestino que ganhou olhares mais atentos depois do sucesso da faixa, mas no novo trabalho aposta em canções espirituais e autoreflexivas repleto de referências literárias. Produzido por Nansy Silvvz, o álbum é uma grata surpresa para a cultura Hip-Hop. 

 

#5 Tulipa Ruiz – Tu

Lançado já no final de 2017 "Tu" promete afirmar de vez Tulipa Ruiz no cenário musical brasileiro. O álbum é lançado dois anos depois do trabalho mais premiado da cantora e compositora paulistana. O disco é trabalhado em cima de arranjos acústicos que trazem tranquilidade ao som e destaca a voz suave de Tulipa. A produção de “Tu” ficou por conta de Gustavo Ruiz, irmão da cantora, e Stéphane San Juan.

 

#4 Pabllo Vittar – Vai Passar Mal

Se teve alguém que dominou o mundo da música por aqui em 2017, esse alguém foi Pabllo Vittar. Vai Passar Mal é o álbum de estreia da dragqueen e foi lançado em Janeiro inicialmente com 10 faixas, depois de um sucesso estrondoso a parceria com Rico Dalassam, Todo Dia, foi retirada de todas as plataformas digitais depois do cantor reivindicar direitos de interpretação na música. Vai Passar Mal teve contribuição de diversos produtores, entre eles: Rodrigo Gorky, Maffalda e Diplo. O disco foi mixado e masterizado por Gorky e Turbotito em Los Angeles e apresenta uma notável influência da música pop norte-americana, mas com elementos nacionais como o samba-rock e o tecnobrega. Esse é um disco pra cair na dança, mas tem seus momentos melódicos e até emocionantes, como a faixa Indestrutível. Além de Rico, participaram do CD: Mateus Carrilho (Banda Uó), Laura Taylor e Lia Clark. 

 

#3 Far From Alaska – Unlikely

"Unlikely" é o segundo disco da banda de Natal Far From Alaska. O grupo tem conseguido reconhecimento fora do país antes mesmo de serem totalmente conhecidos no Brasil, muito por cantarem em inglês. "Unlikely" é um disco denso e repleto de nuances. O peso das guitarras e a pegada eletrônica contracenam em perfeita harmonia com os vocais de Emmily Barreto. O álbum foi gravado nos Estados Unidos e foi produzido por Sylvia Massy, que tem no currículo trabalhos com Red Hot Chili Peppers e System Of a Down.  Esse é um daqueles discos pra salvar no Spotify e ouvir em exaustão. E uma curiosidade é que quase todas as músicas receberam nomes de animais.

 

#2 Scalene – Magnetite

Depois do sucesso de “Éter”, o Scalene mostra seu amadurecimento e as influências de ritmos brasileiros em “Magnetite”. Letras reflexivas, melodias tortuosas e um instrumental pesado com levadas de bateria fortes, guitarras distorcidas e um baixo consistente permeiam o CD que teve produção musical da própria banda em parceria com Diego Marx. Detalhe para a grande performance vocal de Gustavo Bertoni e as mudanças repentinas de ritmo dentro da mesma música. Magnetite é de longe um dos melhores lançamentos nacionais de 2017 e agradou tanto fãs quanto crítica. Pra quem ainda desconfiava se o Scalene poderia fincar de vez o pé no vasto cenário do Rock nacional o disco é uma resposta a altura.

#1 Criolo – Espiral de Ilusão

Depois do grande sucesso de “Nó na Orelha” e “Convoque Seu Buda”, Criolo está de volta. Dessa vez o rapper resolveu investir em outro estilo periférico e símbolo de resistência: o samba. O cantor nunca escondeu sua vontade de trabalhar um disco de samba e considera o feito a realização de um sonho antigo. “Espiral de Ilusão” conta originalmente com 10 faixas, 9 delas compostas por Criolo. “Muita coisa me visitou e desaguou em forma de samba sem que eu pedisse. As músicas começaram a ser um martelo e um formão, que visita a carne e o coração", afirma o Mc. O disco que é altamente crítico, característica sempre presente nos trabalhos do cantor, teve produção de Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral. Em Dezembro Criolo liberou a versão Deluxe do disco com duas faixas inéditas.

 

Bônus: Obey! – Da Tempestade ao Sol

E também teve lançamento pesado aqui na princesinha de Minas. Depois de um EP lançado em 2014 e uma participação no Breakout, reality da Sony a Obey! lança seu primeiro disco. Da Tempestade ao Sol conta com 13 canções inéditas  repletas de riffs distorcidos, levadas seguras de bateria e letras mais maduras fugindo do tema central que permeou o primeiro EP da banda. O álbum é visceral do ínicio ao fim e afirma a Obey como um dos grandes nomes do rock juizforano. Da Tempestade ao Sol conta com participações de: Marte Mc e Gustavo Rosseb e já pode ser escutado a exaustão em todas as plataformas digitais.

 

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