Medicina Genômica

Pesquisas em Saúde - Por Vai Ali

05/05/2017

O ácido desoxirribonucléico ou DNA vem a ser uma longa cadeia formada por milhares de genes, que para nós humanos chega a cerca de 100 mil. No gene que é um segmento do DNA, vem codificada a informação suficiente para as células ordenarem os aminoácidos corretamente em cada proteína (elemento fundamental para a estrutura e reações metabólicas) produzida pelo organismo. O DNA transmite informação hereditária.

A algum tempo os cientistas vêm lendo o livro da vida. Era preciso dar o primeiro passo para descobrir a mente de Deus. Esta Leitura do livro da vida começa agora com o genoma. O DNA, ou os testes baseados no DNA estão fornecendo informações à maneira de um mapa, de quais são as predisposições individuais à algumas séries de doenças. Estas técnicas visam somar com todo o adiantado processo da medicina. Vem complementá-lo e não nega-lo.

A ideia não é apenas curar o corpo, mas, aperfeiçoa-lo. E este é o segundo passo.

“Ninguém tem a coragem de dizer isso, mas se pudéssemos fazer seres humanos melhores sabendo como adicionar genes, por que não deveríamos fazê-lo?” – James Watson, ganhador do Prêmio Nobel.

A prática da medicina tratava indivíduos doentes, portanto era curativa e se remetia ao indivíduo em questão. Isto é de baixa eficiência devido ao fato de que poucas doenças podem ser efetivamente curadas. A segunda instância era a medicina que vinha prevenir. Por ser coletiva, desejava a saúde pública.

A Revolução na Medicina Genômica quer o melhor das duas práticas, a preventiva e personalizada, que vai agir sobre pessoas que não tenham sintomas ou que pouco o demonstre e retardar, se possível, eliminar o desenvolvimento de doenças.

Atualmente a medicina já incorpora elementos tais como exames e avaliações diversos para pressão sanguínea, dosagem de colesterol, mamografia, ressonância magnética, tomografias, entre outros exames que dão segurança diagnóstica, e agora incorporam as informações genômicas. O procedimento será o Check-up genômico, que será um conjunto de testes que dá a estimativa da probabilidade de uma doença vira a ocorrer.

As características físicas, intelectuais e comportamentais de uma pessoa são determinadas tanto pelo seu genoma como pela sua história de vida. Isto é fato. O paradigma genômico da saúde, estabelece um equilíbrio harmônico entre genoma e ambiente. Desarmônica é a doença, que emerge da intersecção dos gatilhos ambientais agindo sobre genomas predispostos. Esta predisposição é que será averiguada.

Conhecendo a variabilidade genômicas que mapeiam predisposições e resistências, é mais fácil adequar o ambiente, na forma de nutrição, medicamentos, exames antecipados, imagens e cirurgias.

“As informações ampliam as possibilidades de modulação do ambiente, para adaptá-lo ao genótipo do indivíduo, abortando a gênese da doença”/

/com o uso de técnicas de altíssima eficiência é possível estudar variações individuais em centenas de milhares de genes simultaneamente, a um custo cada dia menor.

A medicina genômica opera na pro-atividade e participação do paciente, que mais adiante vai interagir com seus médicos de forma a se prevenir de posse de suas predisposições genéticas.

Vamos realçar que existe clara diferença entre as doenças Monogenéticas (mendelianas – distúrbios mendelianos), causadas por mutações em um gene único de grande efeito, daquelas doenças multifatoriais complexas. A últimas são poligênicas ou, causadas por múltiplas predisposições genômicas, agindo em interação com fatores ambientais que venham desencadear. As primeiras são individualmente raras. Mais pontuais.

Já as doenças multifatoriais complexas são comuns, incluindo o câncer, a aterosclerose, a hipertensão, as grandes psicoses etc. Este segundo grupo constitui o objeto de interesse da medicina genômica.

As multifatoriais complexas, não são raras, ao contrário, seu aparecimento é relevante em várias sociedades e indivíduos destas sociedades. É assim como o câncer, ateroesclerose, psicoses, entre outros, que vem a ser o objeto da ação, que se pretende preventiva, da medicina genômica.

OMS

A OMS vem chamar a atenção para o fato de algumas características da tecnologia do DNA recombinante, particularmente quando utilizada na manipulação de genomas humanos e animais, necessitar de regulamentação quanto à segurança pública, mormente a saúde do investigador, ou riscos para o meio ambiente, mas também, contra a possibilidade de usos “sociais e políticos” inadequados. Como uso social inadequado, por exemplo, se um indivíduo tem seu genoma mapeado e não é admitido em um emprego porque futuramente pode desenvolver uma doença como câncer, entre outras multifatoriais.

“As mudanças geradas pelas novas descobertas são muito rápidas e as sociedades se movem lentamente para criar mecanismos de regulação”.

Enfim, uma notícia boa é que o ser humano poderá viver mais e melhor. A qualidade de vida será bem melhor. No entanto, esta melhoria deve ser distribuída para todas as populações do Globo. Para além do imperativo técnico-científico temos de introduzir o paradigma ético, um imperativo de como usar este conhecimento científico. Senão teremos mais uma arma nas mãos de tolos e sociopatas.

Assista o vídeo abaixo e se quiser, deixe sua opinião:

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