Alguns movimentos lutam pela liberdade vacinal, outros se opõe totalmente às vacinas de qualquer tipo. A cultura do ser humano é de se vacinar quando há um risco iminente. Quando ele não enxerga esse risco, não trata com prioridade, o que é um equívoco.
A primeira vacina foi descoberta pelo médico Edward Jenner, em 1798 na Inglaterra. Jenner ao observar que as mulheres responsáveis pela ordenha quando expostas ao vírus bovino tinham uma versão mais suave da doença, não desenvolvendo a infecção da varíola completa, tendo uma recuperação rápida. Jenner é celebrado então como o descobridor da vacinação.
No início do século XX, antes de as vacinas se popularizarem, uma em cada cinco crianças morria de uma doença infecciosa antes dos cinco anos. Inúmeras crianças morriam de doenças facilmente prevenidas hoje, como o sarampo. A gripe espanhola de 1918 foi uma das mais letais pandemias da nossa história. Sua gravidade pode ser explicada pela falta de vacina e pela ausência de imunidade contra a forma mutante do vírus influenza.
No Brasil, a vacinação foi polêmica. A capital federal à época, a cidade do Rio de Janeiro, passa por um processo de reurbanização, isto passou não apenas pelo embelezamento das vias e espaços públicos, mas também pelo saneamento. Neste momento decidiram pela vacinação em massa. Mas, o público que não se sentiu bem tratado com o processo de modernização da cidade, resistiu. O processo de vacinação obrigatória não foi explicado e gerou revolta, por que a população não entendia. Não havia a noção de que o procedimento era uma defesa de todos.
Após muitos anos da chamada “revolta da vacina” muitas doenças que estavam erradicadas, ou estavam sob controle no Brasil e no mundo, voltaram a aparecer. Algumas pessoas, que são instadas a se vacinar e vacinar outros entes de suas famílias questionam se o direito coletivo estaria acima do individual de, por exemplo, não querer se vacinar.
Porque sendo os programas de vacinações obrigatórios, cuidam dos grupos que se opõem à vacinação, não virem a ser agentes contaminantes de outros desavisados, ou circunstancialmente vulneráveis. A atual resistência à vacinação foi listada pela Organização Mundial de saúde como uma das dez maiores ameaças à saúde global neste ano de 2019.
Examinado os números preliminarmente, os surtos de sarampo, altamente contagioso, aumentaram 300% no primeiro trimestre deste ano, comparados ao mesmo período do ano passado. E na África este patamar ainda foi mais assustador, atingindo 700%.
Produção e edição: Vai Ali (vaiali.com)
Roteiro, pesquisa e apresentação: José Roberto Abramo
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