5 arquitetos indicam 5 lugares em JF pra você se apaixonar

Cidade - Por Vai Ali

05/03/2019

Juiz de Fora está entre as 15 melhores cidades para se viver em Minas Gerais, eleita com dados do último índice de desenvolvimento Humano Municipal. Nossa cidade também tem um pólo industrial privilegiado, um vasto calendário gastronômico e uma arquitetura privilegiada entre as montanhas de Minas.O Vai Ali foi ali consultar 5 arquitetos juizforanos para saber quais os lugares eles mais se identificam e o que eles tinham para nos dizer sobre o espaço preferido deles na nossa Princesinha de Minas. Vamos conferir?

CCBM

Foto: Helena Amaral e Leonardo Alves
Dentre os edifícios de grande relevância arquitetônica em Juiz de Fora, eu destaco o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), antiga fábrica de tecidos que funcionou até 1984. O prédio, que foi projetado pelo engenheiro e arquiteto L. Sue, é uma referência da fase de industrialização mineira, do início do século XX.

A edificação, tombada em nível municipal, apresenta as características originais da época da fábrica têxtil e, desde 1987, dá lugar a um importante complexo histórico-cultural, que inclui, além de espaços de produção, consumo e exposição de arte, a Biblioteca Municipal, o Mercado Municipal e a Secretaria Municipal de Educação.

O espaço é uma marca para a cidade, não só pela importância de sua arquitetura, mas pelo uso que é feito do espaço, que proporciona convivência e troca cultural. O CCBM oferece galerias de arte, ateliês de pintura, desenho, fotografia, espaços de dança e apresentações de teatro, entre outras atividades que se complementam com a biblioteca e o mercado municipais. Vale a pena explorar esse espaço de efervescência cultural!

Villa Iracema

Eu escolhi a Villa Iracema em Juiz de Fora, por que fica “escondidinha” entre construções contemporâneas da nossa cidade, mas surpreende a todos os que passam pela Rua Espírito Santo, por causa da sua beleza e arquitetura. O solar é um icone da história e arquitetura da cidade com influência do estilo Art Nouveau que usa materiais como ferro, vidro e madeira; valoriza formas orgânicas e linhas sinuosas; e usa elementos da natureza como folhas, flores e animais. Foi construído em 1914, pela Companhia Pantaleone Arcuri e Spinelli, que além de construir diversos imóveis que fazem parte do patrimônio material de Juiz de Fora, destacou-se pelas oficinas onde produziam ladrilhos hidraulicos, marcenaria, serralheria e produção de cimento amianto.

Calçadão da Rua Halfeld

O calçadão da Rua Halfeld concentra um conjunto arquitetônico riquíssimo, além de apresentar uma configuração urbana singular, sendo marcada pelas galerias. Exclusivo para pedestres, o calçadão já foi e ainda é palco para manifestações, campanhas políticas, apresentações públicas e comércio.

Essa pluralidade de usos também é vista em sua arquitetura. Dentre as obras arquitetônicas mais emblemáticas do calçadão podem ser citadas: o Museu do Crédito Real, o Cine Teatro Central, o edifício Baependi e o Edifício Clube Juiz de Fora, com o painel “As Quatro Estações”, de Portinari. No calçadão fica visível a dualidade entre o antigo, ao olharmos pra cima, onde respousam diversas edificações de estilo eclético e art déco; e o contemprâneo, com o vai e vem apressado das pessoas, muitas vezes conectadas com seus dispositivos, deixando passar despercebidas essas obras.

Curva do Lacet

Foto: ocupação cultural durante a Semana do Áudio Visual – SEDA, em 2014. Fonte: arquivo +maisJF.

Localizado em uma área de grandes equipamentos de saúde, comércio e educação, este enorme espaço público, a céu aberto, está desde 2006 a espera da construção de uma praça, prevista pela Lei Municipal nº 11235/2006. Esta lei prevê a substituição do antigo campinho de várzea por uma “praça pública, urbanizada, arborizada e com local para realização de eventos públicos, para a prática de atividades físicas, de lazer infantil e dotada de quadra poliesportiva”*. Fiquem atentos à Curva do Lacet!

Este espaço já há muito tempo vem sendo alvo não só de estudos de várias áreas de conhecimento, mas também de disputas territoriais e processos gentrificatórios. Isso se dá devido ao seu enorme potencial, localização estratégica e também pelos diversos atores sociais interessados. Então a nossa dica é: Vai ali! Faça um piquenique, solte pipa, ocupe a Curva, sinta o sol sem a interferência da sombra de algum edifício e imagine o quão bom seria se tivéssemos mais um equipamento de lazer em nossa cidade!

*Texto da Lei Municipal nº 11235/2006.

Cine-Theatro Central


O Cine-Theatro Central, localizado no coração de Juiz de Fora, na efervescente rua Halfeld, com sua linhas sóbrias e retas, e fachada discreta é, em minha opinião, uma das mais belas edificações da cidade. Possui uma acústica perfeita capaz de receber os mais variados espetáculos, como teatro, ópera, concerto e balé.

Apesar de existirem outros teatros na cidade, apenas em 1929 foi construído o definitivo, o Cine-Theatro Central. Essa obra grandiosa foi idealizada pelo arquiteto Raphael Arcuri, que juntamente com a construtora Pantaleone Arcuri, foram responsáveis por mudar a arquitetura local. Além da beleza externa, seu interior é ricamente ornamentado com pinturas assinadas por Ângelo Bigi e lustres de cristal. Destaco também o amplo vão sem pilastras da platéia, que foi possível devido a sustentação por uma estrutura metálica vinda da Inglaterra. Em 1994, o Central foi adquirido pelo Governo Federal, através da Universidade Federal de Juiz de Fora e, no mesmo ano, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Sem dúvida é uma excelente opção para desfrutar de um belo espetáculo.

E aí, algum ficou de fora? Conta pra gente qual cantinho de JF merece estar nessa lista também.

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